Nada adiciona de benéfico afirmarmos que somos pecadores, mas ao contrário, isto é um açoite contra nós mesmos. É uma autoflagelação, como daqueles que chicoteiam o próprio corpo.
Tudo o que se pensa, se sente e se diz firma-se como um decreto, corporificando-se e convertendo-se em realidade ou se aproximando bastante disso, dependendo da intensidade da intenção.
Também não se deve pronunciar, como na prece que se ouve, que não somos dignos de que Deus entre em nossa morada, porque a luz divina já está em nós. Melhor nos compreendermos como uma manifestação do próprio ser divino.
Porque estamos em Deus e Deus está em nós, ao contrário do que afirmam aqueles que, por suposta humildade, não se imaginam detentores de luz e dignos de todas as graças e de possuir em si o idêntico poder de Deus.
Por idêntico poder não significa dizer-se que sejamos individualmente um deus igual a Deus, mas sim que o compomos e somos possuídos da força imanente dele. Se negamos o poder divino em nós negamos Deus.
Se, em nossa vida terrena, negamos nossa mãe e nosso pai carnais, os estamos negando, por negar essa origem. Cada filho é a mãe e é o pai, porque uma continuidade consangüínea de ambos. Assim como a centelha de Deus em cada ser – diríamos alegoricamente a consangüinidade com Deus.
Digamos nós a palavra, e esta será a palavra de Deus. Se nos imaginamos separados de Deus (e tenho escrito que cada qual o conceba como o imaginar), estamos nos supondo seres à parte, presumivelmente independentes e separados da Criação. Idéia de separação é arrogância.
Deus e todos os iluminados hierarcas celestiais que conhecemos e os tantos desconhecidos devem ser contactados e não venerados, porque não é isto que desejam. Eles também precisam de nossa ajuda, porque têm também a missão de elevar a intensidade da luz planetária. Nessa tarefa, devemos não pedir, mas ajudar Deus.
Porque, se é lícito pedirmos a ajuda de Deus e de todos os santos, devemos também auxiliá-los nessa missão, porque também eles têm um compromisso com a Terra. Lembremo-nos de que esses luminares cósmicos pouco podem fazer por nós se não cooperarmos para obter a graça solicitada.
Ao abrir as portas de nossa casa para uma visita ilustre, temos que tê-la limpa. Esta é a alegoria para que, antes, nos limpemos das impurezas. Então aí pode fazer sentido a alegoria de que (ainda) não somos dignos, ou não estamos preparados para a entrada da visita em nossa morada.
Deus pode ser entendido pelas mínimas coisas, inclusive o nosso respirar. Que não é apenas um atributo da fisicalidade mas a simbologia de que uma força superior nos mantém vivos e rege todas as coisas.
Não há separação entre o homem e Deus, porque ambos, e todas as coisas, compõem uma só unidade. Assim como a gota d´água compõe o oceano.