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DITADURA PARA A DEMOCRACIA

26 fev 2010 às 19:19
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Embora as palavras sejam conflitantes, faz sentido uma ditadura para salvaguardar uma democracia. A China é mais ou menos isso. A pompa e a circunstância, unidas à organização perfeita da Olimpíada e o grande número de medalhas de ouro que os chineses conquistaram e os tornaram campeoníssimos, mostraram que eles são um povo que volta a florescer e que aquele regime político está dando certo. Só cada povo sabe o que é bom para si mesmo. Acontece na China um socialismo de Estado estribado num capitalismo racional e bem comportado.

O Partido Comunista – o supremo poder – é formado pelos operários e camponeses, portanto um autêntico partido do povo e que visa atender aos anseios populares. Os Jogos Olímpicos mostraram um retrato mais ampliado da China, que tem suas mazelas mas também seus progressos. O povo é privado de certas liberdades e é monitorado pelo partido, mas tem emprego, alimentação, serviços de saúde e de educação, e moradia.

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Os rostos que vimos na televisão pareceram demonstrar que os chineses estão bem vestidos e que são felizes. Também lá existem os bolsões de pobreza, mas atente-se que eles são 1 bilhão e 300 milhões e o território, ademais montanhoso, é pouco maior que o do Brasil. Depende de saber-se o que um povo quer: se plena liberdade para fazer muitas coisas mas não ter aqueles bens (ou tê-los com racionamento) ou viver com mais conforto e sob o regime de controle mais rígido para garantir uma democrática distribuição de bens.

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Imaginemos um pai que tem entre seus filhos um ou outro que desejam surrupiar coisas dos irmãos, ou são mais comilões, tornando mal dividido o que é de todos. Então esse pai impõe um sistema radical para preservar uma justa distribuição das coisas para toda a família. Uma ditadura servindo à causa da democracia. No Brasil vive-se uma ditadura muito pior que a da China. Porque, se podemos protestar contra o Governo (o que não é possível naquele país), 20% dos quase 200 milhões que somos vivem em estado de pobreza quase extrema. Isto não é democracia. O regime, tido como democrático, é constituído por um considerável porcentual de corruptos.

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Os poderes governamentais ditam impostos escorchantes e o povo subjugado tem de pagar. Se não o fizer, terá bens confiscados – um procedimento correto se houvesse a contrapartida idêntica em serviços sociais e obras. Dá-se validade à candidatura dos fichas-sujas, para atender aos preceitos da lei. Mas sabe-se que nem tudo que é legal é moral. O legalismo exacerbado é também uma forma de ditadura, porque prevalece a letra morta em detrimento da sabedoria.


A China mostra que suas leis do trabalho são flexíveis, diferente do Brasil, onde o rigor excessivo da legislação inibe contratações e retarda o desenvolvimento. Com toda a certeza isto fere princípios da democracia numa nação cujos governantes tanto a exaltam. Democracia não é apenas o direito de votar e ser votado e de protestar publicamente. Tão boa quanto a democracia política é a democracia social – entenda-se a sábia distribuição da riqueza nacional para todos, de acordo com as aptidões de cada um mas que não haja exploração e escravização. E essa derivação de escravo nem é correta, porque os escravos – por serem propriedade dos patrões e tinham um preço – eram bem alimentados.

Descobertas chinesas foram decisivas para a humanidade. Foi lá que inventaram o papel, a bússola e a tipografia. E também a pólvora, que geraria tragédias. Mas os chineses também inventaram os sinos e os tambores, o balão, o pára-quedas, o jogo de xadrez, a porcelana, o relógio. E depois da pólvora o fósforo. O ditador Mao Tsé Tung atrasou a China, que se livrou dele, e hoje nas escolas começou-se inclusive a ensinar os mandamentos de Confúcio, o maior sábio chinês de todos os tempos. Progresso material, melhor conduta de vida e um olhar para o desenvolvimento da espiritualidade – conforme o mestre ensinou – irão completar a soma de ingredientes para uma paz terrena e celestial.


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