Em transmissão ao vivo no Facebook da Prefeitura de Londrina na tarde desta quarta-feira (1º), Marcelo Belinati anunciou que a prefeitura entrou com um recurso administrativo contra o decreto estadual nº 4942 divulgado pelo governador Ratinho Junior na terça-feira (30).
"Nós protocolamos esse recurso junto às autoridades sanitárias visando conhecer o que fundamentou a determinação do decreto para Londrina quando em comparação com outros municípios, a cidade apresenta indicadores muito melhores. Pedimos para que reavaliem essa situação para que a gente possa dar a clareza necessária ao povo de Londrina. Peço que olhem com muito carinho", afirmou o prefeito.
Para Belinati, o momento de um novo fechamento ainda não chegou. "E se fosse necessário fechar tudo de novo para salvar vidas, nós fecharíamos de novo. Mas caso não revisem a decisão, nós vamos respeitar a determinação e a cidade acatará a partir de domingo, com exceção das feiras, para que todos possam se organizar antes de fechar", explicou.
Leia mais:
Tiago Amaral anuncia equipe de transição de governo em Londrina
Deputado federal lança livro e documentário sobre dívida pública brasileira nesta quinta-feira
Entenda como a vitória de Trump deve afetar o Brasil, com mais protecionismo e cerco a importados
Brasil terá 52 prefeitos apoiados por PT e PL, incluindo vice de sigla rival
De acordo com o prefeito, a equipe técnica analisou dados epidemiológicos, científicos e médicos tanto sobre Londrina e cidades da região, como outros municípios que não estão incluídos no decreto estadual. "Fomos uma das primeiras cidades do Brasil e do mundo a adotar o uso obrigatório de máscara e outras medidas de prevenção. Logo no início já fizemos uma quarentena severa que nos permitiu organizar o sistema de saúde da cidade. Queremos entender porquê aqui temos que fechar, mas outros lugares com indicadores piores permanecerão abertos", ressaltou.
Segundo avaliou Belinati, a taxa de ocupação de leitos de UTI atualmente em Londrina é de 44%. "Em Cascavel, é 88,8%, Curitiba está com 78%, e Maringá, que não foi incluída no decreto estadual, está com 57,8%. Nossa cidade está com a taxa menor e foi incluída. Nós queremos saber o porquê", declarou.
Antes do prefeito realizar a live com seu pronunciamento, o Governo do Estado emitiu uma nota afirmando que o decreto nº 4942/2020 tem por objetivo adotar medidas que contenham o aumento acelerado de casos de Covid-19 nas regiões mais afetadas e, assim, assegurar as condições necessárias para que o sistema de Saúde proteja e atenda a população da melhor maneira possível.
"O Governo do Paraná respeita os decretos municipais (conforme decisão do STF, que confirma a autonomia dos municípios nas decisões referentes à pandemia), mas alerta que os municípios que aplicarem medidas diferentes daquelas descritas no decreto estadual devem assumir as suas respectivas responsabilidades por um eventual colapso no sistema de Saúde."