- O prefeito de Londrina, Tiago Amaral (PSD), se pronunciou sobre as supostas irregularidades na contratação, por dispensa de licitação, de uma empresa responsável por auditar a planilha de custos do transporte coletivo de Londrina. Em operação nesta quinta-feira (11), a Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão no município e em Curitiba, com um celular apreendido na CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). Amaral citou o rombo no transporte coletivo que teria sido deixado pela gestão passada, defendendo a necessidade da urgência que é investigada pelas autoridades.
A apuração começou após a Prefeitura solicitar à CMTU, em maio deste ano, urgência para contratar uma consultoria que revisaria as tarifas do transporte público, a um valor de R$ 142,5 mil. A administração dispensou a licitação e justificou a necessidade imediata do serviço. Para o delegado Thiago Vicentini de Oliveira, responsável pelo caso, não houve sustentação para tal, visto que se tratava de um serviço de consultoria que já estava em andamento, sem risco à continuidade do transporte público.
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A investigação apontou que não houve concorrência real, com três empresas de Curitiba respondendo a cotação no mesmo dia, com diferenças mínimas de valores em suas propostas. Também foi considerado que a vencedora do processo e outra empresa são registradas em nome do mesmo núcleo familiar.
Rombo milionário
A Polícia Civil apura possíveis crimes de contratação direta ilegal, falsidade ideológica e, eventualmente, associação criminosa. Questionado sobre a possibilidade de mudança na Diretoria de Transportes da CMTU, Amaral respondeu que “não tem absolutamente ninguém fixo em lugar nenhum, todo mundo que foi escolhido por nós pode sair a qualquer momento”.
Disse ainda que o foco real deve ser a solução para o “presente de grego” deixado pela última gestão municipal no dia 30 de dezembro. Segundo o prefeito, o contrato de subsídio elevou a tarifa do transporte coletivo de R$ 70 milhões para R$ 180 milhões sem previsão orçamentária, o que se tornou “o principal rombo dentro da Prefeitura hoje”.
“Se há algo mais urgente do que isso para ser auditado e revisto, eu não sei o que é. Temos que auditar essa planilha para entendermos exatamente o que compõe esses valores. Estamos falando de R$ 15 milhões por mês aproximadamente que sai do caixa do município, pagos pelos cidadãos, que saem justamente para abastecer o sistema”, quantificou Amaral.
O prefeito informou que a auditoria é determinação por previsão contratual, "que nunca foi atendida”, do Ministério Público, junto ao TCE (Tribunal de Contas).
Novos cargos e gratificações na Câmara
Sobre o PL (Projeto de Lei) 373/2025, que prevê a criação de quatro novos cargos de assessor parlamentar, e o PR (Projeto de Resolução) 4/2025, que amplia as gratificações de servidores no Plano de Cargos, Carreira e Salários da CML (Câmara Municipal de Londrina), votados em caráter de urgência em sessão extraordinária nesta sexta (12), Amaral preferiu não se pronunciar.
“Esse é um assunto muito ligado à própria Câmara, é um questionamento que vamos deixar para a Câmara de Vereadores”, se reservou. Se os projetos forem aprovados, a estimativa de impacto para 2026 é de R$ 2,1 milhões.