O pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro, receberá um valor mensal bruto de R$ 22 mil do partido (R$ 15 mil com descontos). Até novembro de 2021, o ex-ministro da Justiça do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) era contratado pela consultoria norte-americana Alvarez & Marsal.
Outros pré-candidatos também recebem pagamento mensal pelos seus respectivos partidos. Luiz Inácio Lula da Silva, além do salário de cerca de R$ 12 mil por ser ex-presidente, ganha cerca R$ 27 mil brutos do PT (o valor líquido é R$ 22 mil); o PDT paga R$ 26,3 mil ao ex-governador Ciro Gomes (salário líquido de R$ 21,3 mil).
Ex-juiz responsável pelos processos da operação Lava Jato em Curitiba, Moro havia sido contratado como sócio-diretor da empresa de consultoria que tem como cliente o grupo Odebrecht, que foi alvo de decisões proferidas por ele enquanto exercia a magistratura.
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A contratação pela empresa foi divulgada nas redes sociais pelo próprio Moro em novembro de 2020. "Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez & Marsal para ajudar as empresas a fazerem a coisa certa", afirmou o ex-ministro à época.
No início de novembro de 2021, porém, a Alvarez & Marsal anunciou oficialmente a rescisão do contrato com o político, alegando que "não mantém profissionais que tenham uma vida pública". Cerca de dez dias depois do comunicado da companhia, Moro se filiou ao Podemos.
Em junho de 2019, a Alvarez & Marsal foi nomeada pela 1ª Vara de Falências de São Paulo como administradora-judicial no processo de recuperação judicial da empreiteira. Pelos serviços prestados, a consultoria passou a receber cerca de R$ 1,1 milhão mensal pelo serviço.
Outras duas empreiteiras alvo de decisões do ex-juiz Moro (a OAS e a Queiroz Galvão) também chegaram a contratar os serviços da consultoria que viria a contratar o agora político.