O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou nesta segunda-feira (8) o erro da Polícia Federal sobre o valor do suposto desvio de joias recebidas de autoridades estrangeiras. Ele não se pronunciou, no entanto, sobre evidências que, segundo a PF, mostram que o ex-presidente tinha conhecimento da tentativa de venda dos presentes.
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O documento da PF, enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) no relatório que fundamenta o indiciamento do ex-presidente e de mais 11 pessoas no caso, afirmava o valor dos bens somava R$ 25 milhões (US$ 4.550.015,06). Durante a tarde, porém, a PF corrigiu o dado. O valor total, na verdade, é de R$ 6,8 milhões (US$ 1.227.725,12).
A quantia correta era mencionada em outros trechos.
"Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias 'desviadas' estão na CEF [Caixa Econômica Federal}, Acervo ou PF [Polícia Federal], inclusive as armas de fogo", disse Bolsonaro nas redes sociais.
O ex-presidente é suspeito dos crimes de associação criminosa (com previsão de pena de reclusão de 1 a 3 anos), lavagem de dinheiro (3 a 10 anos) e peculato/apropriação de bem público (2 a 12 anos).
Em relatório que veio a público nesta segunda-feira (8), a PF diz que Bolsonaro tinha ciência da tentativa de venda do conjunto de joias ouro rosé em leilão que ocorreria no dia 8 de fevereiro, em uma loja nos Estados Unidos.
Segundo o relatório produzido pelo órgão, isso ficou evidenciado numa troca de mensagens entre Bolsonaro e o seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em que este manda um link de um leilão e o ex-presidente responde "selva".
O órgão relatou também que, durante a sua análise do celular de Bolsonaro, foram encontrados cookies e históricos de navegação da página da empresa Fortuna Auction, responsável pelo leilão.