O ano de 2024 não teve surpresas para o governo de Ratinho Junior (PSD) na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). Com ampla maioria na Casa, o governador não teve nenhuma dificuldade para aprovar projetos de seu interesse e não correu riscos nas votações, o que deverá se repetir em 2025.
A grande novidade de 2024 no Legislativo foi a eleição de Alexandre Curi (PSD) como presidente para o próximo biênio, após cinco mandatos consecutivos de Ademar Traiano (PSD).
Depois da venda da Copel Telecom, em 2020, e da Copel, em 2022, em 2024 a Alep permitiu que Ratinho Junior desse sequência ao seu projeto de privatizações.
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Os deputados aprovaram a privatização da Ferroeste e da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) e a terceirização da gestão de escolas estaduais. O governo nega, mas a Sanepar estaria na lista de privatizações para 2025.
Caso o projeto para desestatizar a companhia seja enviado no próximo ano, a expectativa é de uma aprovação com folga. A oposição a Ratinho Junior tem apenas oito dos 54 deputados, o que dificulta qualquer ação.
Os governistas dominam a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que determina o ritmo das votações, e as demais comissões, o que dá ao governo a tranquilidade para aprovar projetos em regime de urgência – a privatização da Celepar, por exemplo, foi aprovada em apenas uma semana.
“O pessoal joga com o regimento debaixo do braço. Se tivesse um cenário com mais disputa e uma oposição mais forte, com certeza o resultado seria outro”, avalia o cientista político Breno Pacheco Leandro, doutorando em Ciência Política. “Temos um cenário que já é pauta de pesquisas: a política paranaense tem características de província. As mesmas famílias políticas estão sempre em voga.”
A Alep tem tradição de “famílias políticas” que dão sustentação ao Executivo. Na atual Legislatura, Tiago Amaral (PSD, eleito prefeito de Londrina, foi líder da base governista e presidente da CCJ. Ele é filho do ex-deputado Durval Amaral, conselheiro do TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado).
Outros integrantes de famílias políticas que apoiam o governo são Marcel Micheletto (PL), eleito prefeito de Assis Chateaubriand, Artagão Júnior (PSD), Alisson Wandscheer (Solidariedade), Anibelli Neto (MBD) e Matheus Vermelho (PP).
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