Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Assunto em alta

Projeto de diplomata moçambicano quer replicar centro de inovação climática em Londrina

Lucio Flávio Moura - Especial para a Folha
05 mar 2025 às 16:30

Compartilhar notícia

Rei Santos/Divulgação
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Uma experiência que está sendo acompanhada pela ONU (Organização das Nações Unidas) no sul da África Oriental - um dos pontos mais críticos no mapa global de eventos naturais extremos como ciclones, inundações gigantescas e secas devastadoras - pode ser a inspiração da implantação de um centro de estudos de gerenciamento de riscos no país, com base em Londrina.


A proposta já está na mesa das autoridades e das principais instituições públicas e privadas da cidade, defendida com bom português em apresentações detalhadas feitas por Nuno Remane, um diplomata moçambicano de 45 anos, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), casado com Tarita, uma bancária nascida em Paranavaí e graduada pela Unifil em Psicologia.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Separados por 8.300 quilômetros de longitude, com um ligeiro desnível de latitude, o Norte do Paraná e o Canal de Moçambique - braço do Oceano Índico que influencia o clima da costa da República de Moçambique e o regime de ventos e umidade da República de Malawi (vizinho sem saída para o mar), além de abrigar dois outros países insulares especialmente vulneráveis, a pequena União das Comores e a extensa República de Madagascar - podem se alinhar em torno de uma ideia comum: a proteção das populações mais vulneráveis contra os rigores da crise climática que assombra a Terra depois de mais de 200 anos de um incessante processo de carbonização da atmosfera.

Leia mais:

Imagem de destaque
Sala do empreendedor

Londrina terá workshop gratuito de oratória de 10 a 14 de março

Imagem de destaque
Situação de emergência

Em Londrina, obra emergencial no Igapó 2 ainda não tem estimativa de custo

Imagem de destaque
Gratuito

Londrina promove curso de pilotagem defensiva para mulheres

Imagem de destaque
Atenção redobrada

Tráfego do Viaduto da PUC começa a ser liberado nesta quinta em Londrina


Nuno se diz otimista com a formação de um arranjo regional capaz de fundar um centro de inovação climática com estudos, planos e projetos para incrementar o sistema de prevenção contra eventos extremos. Ele acredita que a realização da COP 30 em Belém em novembro pode ser uma oportunidade mais que apropriada para levantar fundos internacionais para a iniciativa.

Publicidade


Diretor executivo da DiMSUR (Disaster Risk Management, Sustainability and Urban Practice), um centro técnico sediado num campus universitário de Maputo que presta assistência técnica qualificada e organiza ações comunitárias a partir de encontros de moradores e autoridades, Nuno está na linha de frente do desenvolvimento de dezenas de projetos focados em definir prioridades, sob orientação direta do corpo técnico da ONU Habitat, programa das Nações Unidas que trabalha para dar sustentabilidade e resiliência aos moradores das cidades nos cinco continentes.


Um típico líder da geração X, o ativista de temperamento solar, fã de fotografia, passeios de bicicleta, da fabulosa literatura da compatriota Paulina Chiziane, dos versos do persa Omar Khayyam (1048-1131), Remane conversou com a reportagem da FOLHA no seu período de férias em Londrina. Abaixo, os principais trechos.

Publicidade


O que é o DiMSUR?


Publicidade

O DiMSUR é um centro técnico, intergovernamental, apolítico, diplomático, que faz a capacitação de comunidades e governos para reagirem às questões climáticas. Colocamos no mesmo ambiente as comunidades e as autoridades para debaterem os desastres climáticos. Neste ambiente, identificamos todos os riscos de desastre e priorizamos as soluções. Nosso papel é apontar qual é a melhor técnica para obter aquela solução, com foco e sem desperdício de recursos. Também apoiamos governos com conhecimento científico para que eles aprimorem a legislação ambiental de acordo com a realidade local. Por fim, atuamos para que as informações necessárias à prevenção e às respostas aos desastres climáticos sejam compartilhadas no ambiente local a partir de uma plataforma abastecida por estudos e dados de todas as partes do mundo. É possível acessar milhares de estudos e relatórios gratuitamente nesta plataforma, com experiências que podem ser valiosas para resolver um problema.


Publicidade

Como surgiu a ideia deste centro?


O DiMSUR surgiu após um pedido dos governos de Moçambique, Madagascar, União das Comores e Malawi à ONU. Estes países precisam de ajuda para combater os efeitos dos desastres naturais que ocorreram naquela região. Desde o início deste século, os impactos destes eventos têm sido maiores e o intervalo de ocorrência tem diminuído, afetando mais pessoas e comprometendo mais a infraestrutura. A ONU decidiu apoiar com a condição de que fosse criada uma agência com autonomia administrativa e financeira gerida pelos próprios países após um período de implantação e maturação liderado pela equipe da ONU Habitat, o que aconteceu entre 2013 e 2022. Trabalhava no planejamento de estruturas de grande porte para o setor de petróleo e gás até 2016 quando eu passei em um concurso internacional para dirigir uma fundação tutelada pelo governo da Dinamarca que tinha o propósito de melhorar o ambiente de negócios em Moçambique. Colhemos bons resultados em sete anos de atuação, graças a uma equipe extraordinária, severamente auditada neste período. E acredito que isso foi preponderante para minha indicação para liderar o DiMSUR.


Continue lendo na Folha de Londrina:

Imagem
Projeto quer replicar centro de inovação climática em Londrina
Descubra como Londrina pode se tornar um centro de inovação climática inspirado na experiência da ONU no sul da África Oriental, promovendo soluções sustentáveis.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo