As cidades da RML (Região Metropolitana de Londrina) devem se preparar para passar por uma mudança brusca de temperatura nos próximos dias.
De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), a máxima prevista para esta terça-feira (12) é de 32ºC. Na quinta-feira (14), porém, os termômetros tendem a registrar uma queda significativa, já que a previsão de temperatura máxima é de 22ºC.
As consequências dessa mudança podem ser percebidas não somente no ambiente, mas também no organismo. O médico otorrinolaringologista Allex Itar Ogawa, que é docente na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), explica que há comprovações científicas de que quedas e aumentos de temperatura repentinos atingem o sistema respiratório.
Leia mais:
Jovens de Londrina e da região são destaques no cenário musical
Dia da Saul Elkind movimenta principal via comercial da zona norte de Londrina
Escola Municipal do Eli Vive em Londrina ganha sede em terreno de 6.300m²
Encontro de carros antigos e rebaixados acontece neste domingo em Londrina
"As mudanças bruscas de temperatura têm, em um primeiro momento, efeito na alteração do batimento mucociliar, que são pequenos pelos presentes nas mucosas para ajudar a limpar o corpo", aponta.
Quem é atingido?
Apesar disso, o especialista ressalta que não existem estudos científicos que comprovem a relação direta entre as mudanças bruscas de temperatura e o desenvolvimento de doenças. "Toda aquela conversa dos antigos de sair no sereno de cabelo molhado e de pisar descalço no chão gelado, pela ciência, é um mito."
As condições climáticas, porém, tendem a atingir um grupo específico de pessoas: as que, naturalmente, apresentam inflamações nas mucosas. "Quem tem algum tipo de doença nasal, por conta dessa alteração no batimento mucociliar, pode ter a saúde atingida", explica Ogawa.
A rinite e a sinusite são dois dos principais problemas respiratórios que atingem a população brasileira. Os pacientes diagnosticados com a condição, conforme conta o otorrinolaringologista, podem desenvolver doenças de tratamentos mais complexos, como a administração de antibióticos devido a uma possível infecção bacteriana.
As crianças e os idosos também podem ser mais afetados pelas mudanças de temperatura. De acordo com o especialista, é comum que as crianças apresentem, inclusive, quadros de febre, o que pode causar preocupação.
"Os sintomas que atingem os pacientes, como dor de cabeça, coriza e tosse, podem demorar para melhorar e isso causa incômodo. Nesse caso, pode ser necessário tomar um antibiótico e isso precisa de uma avaliação médica", aponta.
Umidade
A umidade relativa do ar também pode afetar a saúde da população. O reflexo inicial da queda dos níveis de umidade englobam sede, olho seco, sensação de boca seca, devido à sensação de ressecamento que atinge as mucosas.
"O fato de a mucosa não estar devidamente úmida impede a ocorrência dos batimentos mucociliar, que têm a função de expulsar do organismo poeira e microrganismos, como vírus e bactérias", explica Ogawa.
Em situações de clima seco, portanto, o especialista recomenda uma ingestão de água mais intensa, além da aplicação de soro fisiológico nas mucosas que estão ressecadas. "No caso dos olhos, é importante consultar um oftalmologista para que ele indique o colírio ideal."
Nesta semana, Londrina e as cidades da Região Metropolitana irão experimentar o inverso: o aumento da umidade relativa do ar, que deve passar de 23% a 63% nesta terça-feira para 43% a 87% na quinta-feira. O cenário favorece o aparecimento de mofos e bolores, além da proliferação de fungos e ácaros, que também afetam a saúde respiratória.
"Esse aumento da umidade pode acontecer, também, com o uso do umidificador. Por isso, o equipamento precisa ser usado com cuidado e moderação. Os ácaros, por exemplo, podem causar alergias e até doenças na pele", finaliza Ogawa.