Passados cinco anos sem visitas, o Museu de Arte de Londrina, instalado no prédio da antiga Rodoviária da Rua Sergipe (região central), vai receber uma cerimônia oficial de reinauguração na próxima quinta-feira (18). A reabertura ao público, que será promovida em fevereiro de 2026, foi possibilitada pelo fim da segunda etapa das obras de restauração do patrimônio, iniciada em abril deste ano com previsão de entrega para 31 de outubro. Com um novo aditivo final para ajustes aprovado pela Prefeitura semanas antes, o investimento saltou de R$ 1,7 milhão para R$ 2,1 milhões, e a expectativa de finalização para dezembro.
A primeira fase da revitalização foi iniciada em 2019 e terminada em 2020, com foco na parte estrutural e custo de R$ 1,2 milhão. O Museu permanece fechado desde o fim desta etapa. Ambas as intervenções não alteraram as características originais do prédio, por ser Patrimônio Estadual do Paraná há mais de 50 anos. Além disso, em 2021, foi tombado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
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Melhorias no espaço
Uma das prioridades entre as melhorias finais foi a iluminação, com sua adequação nas áreas expositoras, fachada realçada e luz cênica para os arcos do Museu. Um estudo luminotécnico interno para as áreas comuns foi promovido, enquanto o prédio foi todo climatizado. A calçada externa em petit-pavé foi recuperada seguindo os moldes dos anos 1980.

O padrão de energia foi atualizado para que haja mais eficiência na economia, além dos banheiros e piso interno readequados para garantir a acessibilidade - os desníveis e degraus foram retirados.
Houve uma pintura geral em toda a estrutura, incluindo a grade externa de segurança, e foi instalado um sistema de para-raios. O secretário municipal de Cultura, Marcão Kareca, informou que o equipamento está aterrado e é essencial para proteger os “sete arcos altos e extremamente importantes”.

Disse ainda que o sistema de segurança com câmeras e alarme será integrado futuramente à GM (Guarda Municipal). A revitalização do paisagismo conta com novas plantas e grama, e foram construídas duas vagas de embarque e desembarque para facilitar visitas ao Museu.
Restauro fiel à época
Como a edificação é tombada, o restauro demandou intervenções especializadas, explicou Marcos Parisotto, assessor de gabinete da Secretaria de Cultura que atua na Diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural. “Não é uma obra comum, ela tem bastante detalhamento técnico que você tem que acompanhar. O projeto de restauro é feito por arquitetos especialistas, ele passa pelo Iphan, onde é aprovado e a gente tem que seguir ele à risca, não dá para ficar alterando os processos”.
No caso de divergências aparecerem no caminho, o Instituto é notificado e solicita alterações, “aí são feitas as adequações tentando manter o prédio mais próximo da sua realidade da época”, explicou Parisotto.
O assessor disse ainda que as pastilhas de parede rachadas na parte externa permanecerão assim para manter a originalidade do prédio. “É para mostrar o que era da época, isso faz com que a gente consiga contar a história do prédio pelos anos que se passaram. As pessoas vão ver a parede áspera, e estão acostumadas com massa corrida, mas é porque esse era o acabamento da época, então temos que contar a história exata para o melhor entendimento das pessoas”.
Espelho do passado
Junto do secretário de Cultura e do prefeito Tiago Amaral (PSD), Parisotto promoveu um tour pelas instalações do Museu, remetendo as novas salas ao que acomodavam décadas atrás. O depósito de malas de passageiros de 1953, de quando o local ainda era o Terminal Rodoviário, foi transformado em uma sala de cursos.

Também na década de 50, o espaço que abrigava a administração da rodoviária será a nova sala de servidores. Enquanto isso, o andar que comportava a barbearia e lojas que vendiam cartões-postais e chaveiros nos anos 60 será um nível expositivo.
Inauguração
Os toques finais para que o Museu esteja pronto a tempo da cerimônia de inauguração na próxima quinta (18), às 19h, incluem a limpeza total da edificação, retoques de pintura, adição do mobiliário e o retorno das obras de arte que estão guardadas no prédio da Secretaria de Cultura. O evento contará com corte da fita, descerramento da placa, apresentações de dança, teatro, música, grafite, flash mob, entre outras atividades.

A abertura ao público ocorrerá em fevereiro de 2026, com o prefeito garantindo uma programação intensa para toda a população, que vai começar a ser montada em janeiro. O Museu de Arte de Londrina fica na Rua Sergipe, 640, região central.
O prédio, inaugurado em 1952, foi a quarta rodoviária de Londrina e é uma das obras projetadas pelos arquitetos Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. O Museu foi aberto em 1993, com a escultura A Eterna Primavera, de Auguste Rodin, na exposição inaugural.