Demanda de Londrina que se arrasta nas últimas décadas, a instalação do ILS (sistema de pouso por instrumentos) no Aeroporto Governador José Richa só deve ocorrer no primeiro semestre de 2027. A informação foi confirmada pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão vinculado à FAB (Força Aérea Brasileira), que é responsável pela compra e instalação equipamento.
A demora para implementação do sistema é um banho de água fria na cidade. Durante a entrega das obras de ampliação do Aeroporto, em 22 de janeiro de 2025, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que acelerar a instalação do ILS era uma "ação estratégica".
"Estamos dialogando com Decea, com o ministro da Defesa, José Múcio, o processo está em licitação e a gente espera que nesses três, quatro meses, possamos estar com isso concluído para que a gente avance tecnicamente na viabilização do ILS", afirmou à época. "Estamos trabalhando muito para que nos próximos meses, ao lado da CCR e do governo do Estado, a gente possa viabilizar o ILS."
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O equipamento é considerado indispensável para melhorar a segurança e a eficiência das operações aéreas, principalmente em condições meteorológicas adversas. É uma pauta que movimenta Londrina porque, nos últimos anos, tem sido comum a ocorrência de atrasos ou cancelamentos de voos em decorrência de mau tempo.
Em nota, o Decea afirmou que o processo de aquisição do ILS ainda está em fase de preparação do edital para licitação. A previsão é que a homologação do ILS deva ocorrer no primeiro semestre de 2027.
“O equipamento vai auxiliar a aproximação quando as condições meteorológicas no aeroporto estiverem degradadas, com visibilidade de, pelo menos, 800 metros e teto de nuvem ou outro fenômeno de 60 metros. Abaixo dos valores mencionados anteriormente não é possível realizar uma aproximação com segurança”, afirmou.
De acordo com o Decea, a operação e a manutenção do ILS devem ser designadas à empresa NAV Brasil, que é operadora Serviço de Navegação Aérea do Aeroporto de Londrina.
Procurada, a CCR afirmou que o contrato de concessão previa apenas a realização da infraestrutura para receber o equipamento, o que já foi entregue. A compra e instalação do ILS cabe ao Decea. A concessionária não se manifestou sobre o prazo estipulado pelo Decea, mas, durante a entrega das obras, em janeiro, Fábio Russo, CEO da CCR Aeroportos, afirmou que, com a estrutura pronta, esperava que a instalação ocorresse ainda em 2025.
À FOLHA, a SRP (Sociedade Rural do Paraná) reforçou a importância da implantação do sistema de pouco por instrumentos em Londrina, que é um polo econômico e estratégico para o agronegócio - além de ser a segunda maior cidade do Paraná.
"A informação de que a aquisição do ILS pela Força Aérea Brasileira deve ocorrer apenas em 2027 nos causa grande preocupação, pois é fundamental que Londrina disponha de uma infraestrutura condizente com sua relevância e demanda crescente", disse. "Seguiremos atuando ao lado da sociedade civil organizada para viabilizar essa melhoria essencial, a fim de garantir mais segurança e impulsionar o desenvolvimento regional."
Na mesma linha, a presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Vera Antunes, lembrou que a demanda do ILS é antiga na cidade e fundamental para toda a região. "Nossa indignação é pela falta de celeridade das autoridades para que tenhamos esse aparelho instalado no nosso aeroporto", frisou.
Presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Nicolás Mejía pontuou que, mesmo com a confirmação de que o ILS será instalado, há preocupação com a demora para concluir o processo.
"Tínhamos uma previsão que em 2025 seria instalado, então vemos que é importante que a sociedade civil organizada e o poder público se prontifiquem a fazer as movimentações necessárias com o Ministério de Portos e Aeroportos e as autoridades necessárias, tanto o Decea quanto a Anac, para que possamos contar com esse ILS quanto antes", finalizou.
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