Você já deu início ao projeto verão e se inscreveu na academia, tirou a bicicleta da garagem ou está pensando em apostar em uma nova modalidade de exercício? A decisão de praticar uma atividade física regularmente é o primeiro passo para quem está em busca de uma vida mais saudável - e, é claro, da boa forma -, mas, para isso, é necessário tomar algumas precauções.
Antes de começar a correr, pegar pesado na malhação ou colocar seu filho na escolinha de futebol, é recomendável consultar especialistas para realizar exames médicos e físicos, que variam de acordo com a atividade praticada e com a idade da pessoa. "Cada paciente tem suas características e necessidades próprias, o que exige uma avaliação médica e nutricional individualizada. Toda pessoa, praticante de atividade física ou não, deve cuidar de sua saúde e alimentação, sempre com orientação de profissionais da área", afirma a nutricionista Glaucia Figueiredo, da Policlinica Granato.
Já o cardiologista Ricardo Mourilhe, vice-presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), destaca a importância do exame físico em todas as idades, pois através dele é possível identificar doenças comuns, como hipertensão arterial, doenças valvares cardíacas e doenças pulmonares, como a asma. "Se a pessoa vai praticar uma atividade competitiva, além do exame físico, deve também realizar um eletrocardiograma e exames laboratoriais de rotina para identificar anemia, diabetes, doenças tireoidianas etc.", complementa. Veja abaixo os principais exames recomendados para cada fase da vida e entre em forma com segurança:
Entre 15 e 20 anos
"Os adultos jovens tendem a 'ser engolidos' pela rotina do trabalho e pouco se preocuparem com alimentação e atividade física. O metabolismo, com o avançar da idade, tende a reduzir seu gasto energético, com consequente ganho de peso, e por isso a atividade física é importante pois, estimula o corpo a gastar mais energia e manter o balanço energético", explica Glaucia Figueiredo.
Assim como nas crianças, é recomendada a realização de exame clínico detalhado complementado com Eletrocardiograma. De acordo com a cardiologista Esthefania Delgado, da Policlinica Granato, se o exame físico e/ou o Eletrocardiograma de repouso apresentarem alterações, é importante fazer também Teste Ergométrico, ou teste de esforço, Holter 24horas - monitor portátil que registra a atividade elétrica do coração e suas variações durante 24 horas - e Ecocardiograma.
Entre 30 e 40 anos
"Praticar atividades físicas, com avaliação médica, é essencial para manter a saúde do coração e eliminar o risco de hipertensão arterial e ainda o estresse", garante o
cardiologista Antonio Carlos Till, do Vita Check-Up Center. Mas é importante analisar o histórico, tanto do indivíduo quanto da família, incluindo seus hábitos diários, o que pode exigir, além do exame físico, testes complementares para o diagnóstico.
Nos pacientes sem antecedentes familiares, como morte súbita ou infarto agudo do miocárdio precoces, e sem antecedentes pessoais, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, obesidade e tabagismo, se realiza apenas o Eletrocardiograma de repouso. Nos demais casos, é necessário Teste Ergométrico e Ecocardiograma. "Outros exames importantes que podem ser solicitados são: perfil lipídico (colesterol e triglicerídeo), glicemia, hemoglobina glicada, ácido úrico e hemograma completo", alerta Esthefania Delgado.
A partir de 50 anos
Nesta faixa etária, a atividade física visa, principalmente, manutenção ou perda de peso, controle da pressão arterial sistêmica e redução de fatores associados à doenças cardiovasculares, sendo indicado, além do Eletrocardiograma de repouso, o Teste Ergométrico e o Ecocardiograma.
Dependendo dos antecedentes pessoais, histórico familiar, exame físico e sintomas cardiovasculares, é preciso fazer outros exames cardiológicos, como Eco de estresse, Cintilografia miocárdica - avalia o fluxo sanguíneo pelas artérias coronárias e sua distribuição no músculo cardíaco - e Cateterismo, um exame invasivo que pode confirmar a obstrução das artérias coronárias.A avaliação cardiológica, segundo Antonio Carlos Till, também deve ser acompanhada de uma avaliação da capacidade aeróbica permitindo a programação de exercícios e a identificação de arritmias.
Acima de 60 anos
A partir do 60 anos a atividade física tem um papel fundamental na manutenção da massa muscular magra, ou seja, no fortalecimento da musculatura, prevenindo quedas com fraturas que são comuns nessa idade. É essencial um exame cardiológico mais rigoroso, exame físico completo e exames complementares, como Eletrocardiograma, Teste Ergométrico, Ecocardiograma e Doppler de Carótidas, método que utiliza ultrassom para avaliar o fluxo de sangue nas artérias carótidas e vertebrais.
Em pacientes com fatores de risco importantes como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia - distúrbio caracterizado pela alta concentração de lipídios no sangue - e tabagismo, inclui-se a Angiotomografia de coronárias, com a medida de Escore de Cálcio, cujo objetivo é detectar placas calcificadas nas artérias coronárias, ou Cateterismo. (com informações do site Globo)