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Febre, calafrios e dores são principais efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca

Redação Bonde com Folhapress/Everton Lopes Batista
12 mai 2021 às 14:52

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- Zanone Fraissat/Folhapress
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Com mais doses da AstraZeneca sendo aplicadas no país, diante também da falta de Coronavac, que foi mais utilizada no início da campanha, mais pessoas podem sentir os efeitos colaterais esperados do imunizante e estranhá-los. Febre, calafrios e dores pelo corpo estão entre os principais sintomas relatados por pessoas de diferentes idades que receberam a vacina contra a Covid-19 desenvolvida por uma parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.


Os efeitos colaterais, geralmente muito leves e de curta duração, são comuns e não representam perigo, dizem especialistas. Como boa parte dos vacinados com o imunizante da AstraZeneca devem ter alguma dessas reações, é importante estar preparado para enfrentar os sintomas por algumas horas ou até dois dias.

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Alvaro Jesus da Paixão, 57, agente predial, recebeu a primeira dose da vacina no sábado (8) no Rio de Janeiro. Na madrugada do domingo (9), os calafrios e a febre chegaram. "No posto de vacinação, fui avisado de que poderia ter algum sintoma e orientado a tomar antitérmico e analgésico caso acontecesse. Tomei o remédio na madrugada e na manhã de domingo, e hoje já estou bem novamente", afirma.

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Em um estudo com o imunizante realizado em 2020, cerca de 80% dos 552 participantes analisados tiveram reações locais (como dor ou inchaço onde a vacina foi aplicada). Um número próximo de 80% dos voluntários também relatou reações sistêmicas, como dor de cabeça e febre.

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Os dados, publicados em novembro de 2020 na revista científica The Lancet, mostram ainda que as reações foram um pouco mais frequentes nas pessoas mais jovens, com menos de 56 anos de idade.


A fisioterapeuta Priscila Santana, 35, recebeu a vacina no início de março em Londrina, no Paraná. Na madrugada seguinte, apareceram os sintomas: "Tive calafrios, febre, dor no corpo, muita dor de cabeça e fraqueza por cerca de dois dias".

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Algo semelhante aconteceu com Nathalia Barros, 31, auxiliar administrativa em uma empresa de serviços de saúde que foi vacinada no dia 6 de maio em Sorocaba (SP).


"Tomar a vacina não doeu, mas depois comecei a ter calafrios, mesmo com uma temperatura de 28 graus na cidade", diz Barros. Na parte da noite, ela registrou febre de 38 graus, mas no dia seguinte já estava tudo bem, e só restava a dor no braço vacinado.

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A médica infectologista Audrey Quezada, que já recebeu as duas doses da AstraZeneca e teve apenas manifestações leves, conta que diversos pacientes a procuram com dúvidas e medos relacionados à vacinas contra a Covid-19.


"[Para os pacientes] digo que devemos ter medo das doenças, e não das vacinas, pois estas são amplamente testadas antes de serem utilizadas. Além disso, se adoecermos não temos como saber se teremos uma forma leve ou grave da doença. As doenças são sempre imprevisíveis", afirma Quezada.

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A vacina de Oxford é processada e distribuída no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) por meio de um acordo bancado pelo governo federal. O imunizante representa cerca de 40% (30 milhões) das vacinas disponibilizadas ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) até o momento. Mais de 200 milhões de doses da substância devem ser usadas na campanha, segundo planejamento da Fiocruz.


Como o imunizante é aplicado em duas doses, aproximadamente 100 milhões de brasileiros podem vir a recebê-lo.

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A vacina da AstraZeneca é uma das principais apostas para a imunização das populações da União Europeia e do Reino Unido. Um número muito pequeno de coágulos associados ao imunizante foi registrado na Europa, mas as autoridades de saúde do continente recomendaram o uso da vacina e afirmaram que os benefícios que ela traz são muito superiores aos riscos.


Outra vacina usada no Brasil, a Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan (ligado ao governo de São Paulo) apresentou menos efeitos adversos no estudo conduzido pela instituição com mais de 9.000 participantes.

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Segundo dados apresentados pelo Butantan em janeiro, cerca de 40% dos participantes relataram dor no local da injeção -inchaço foi registrado em menos de 5% dos voluntários.


Aproximadamente 25% dos vacinados no estudo disseram ter tido dor de cabeça, mas um número semelhante de voluntários do grupo que recebeu o placebo (substância sem efeito) disse ter experimentado o mesmo sintoma, o que não deixa claro se essa reação sistêmica foi desencadeada pela vacina.


Efeitos adversos semelhantes teve a vacina criada pela farmacêutica americana Pfizer e pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech, que acaba de chegar ao Brasil.


Segundo um relatório entregue pela Pfizer à FDA (agência regulatória dos Estados Unidos), 66% dos participantes do estudo tiveram dor no local da injeção após a segunda dose. Foram registradas também reações como fadiga (59% dos voluntários), dor de cabeça (52%) e febre (16%). A vacina foi testada em mais de 40 mil pessoas.

Esses estudos não podem ser comparados diretamente entre si, porque cada um foi realizado com metodologias diferentes e em populações diferentes, mas os resultados de todos eles confirmam a segurança dos imunizantes, segundo especialistas.


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