Fogacho é o sintoma clássico associado à deficiência de estrogênio, também conhecido como 'ondas de calor'. A deficiência pode estar associada à cirurgia de retirada dos ovários ou fisiologicamente ao climatério. O fogacho pode ocorrer em qualquer idade na vida da mulher, seja por meio da menopausa fisiológica ou cirúrgica. São descritos como 'períodos transitórios e recorrentes de rubor, sudorese e uma sensação de calor, frequentemente acompanhados de palpitações, sensações de ansiedade e algumas vezes calafrios''. São episódios rápidos, com duração de 1 a 3 minutos entre o início e o fim. Apresentam incidência em geral de 1 a 10 episódios diários, sendo mais frequentes no período noturno.
Durante o climatério apenas 25% das mulheres se referem a sintomas mais perturbadores. A causa dos fogachos está ligada a distúrbios da frequência e intensidade dos pulsos do hormônio liberador (GnRH), que indiretamente regulam a produção dos hormônios femininos.
Alterações dos padrões do sono ocorrem naturalmente com a idade, mas são mais intensas durante a transição menopáusica. Os fogachos podem interromper o sono. Outras alterações como atrofia genitourinária, com ardência para urinar e aumento da frequência urinária, dor e dificuldade nas relações sexuais, diminuição da libido, ressecamento vaginal, perda involuntária de urina, risco de doenças cardiovasculares, osteoporose, entre outras, podem melhorar com a terapia hormonal.
Sabe-se que o climatério é o período mais oportuno para a instalação dos transtornos do humor, ansiedade, estresse pós-traumático, depressão com alteração do sono, cansaço, perda da energia, diminuição da libido, dificuldade de concentração, pensamentos depressivos, entre outros.
A síndrome do pânico pode mimetizar os fogachos. A maioria dos sintomas apresentados pelas mulheres durante o climatério se refere a sintomas psiquiátricos, que não apresentam nenhum benefício com a estrogenioterapia.
Osmar Henriques, especialista em reprodução humana