A obesidade tem se tornado uma epidemia atualmente. Segundo o IBGE, existem mais obesos do que desnutridos no Brasil e o crescimento é exponencial. Está mais do que provado que a obesidade é um importante fator de risco para muitas doenças, mas a maioria das pessoas quer emagrecer para recuperar a auto-estima e não pelo que a obesidade representa para a saúde física.
Para o tratamento da obesidade, a mudança do estilo de vida é fundamental. Consiste em fazer uma análise sobre a atividade física e como a pessoa está se alimentando e implementar as mudanças no cotidiano que impliquem numa forma de vida mais saudável. Em alguns casos, há necessidade do uso de medicamentos para auxiliar no tratamento.
Somente nos casos mais avançados é que a cirurgia bariátrica está indicada. A resolução do Conselho Federal de Medicina 1.766/05 (Publicada no D.O.U., 11 jul 2005, seção I, p. 114) estabelece as indicações:
- pacientes com Índice de Massa Corpórea (ICM) acima de 40 kg/m2. IMC=Peso/altura x altura;
- pacientes com IMC maior que 35 kg/m2 e comorbidades (doenças agravadas pela obesidade e que melhoram quando a mesma é tratada de forma eficaz) que ameacem a vida, tais como diabetes, apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol e triglicérides altos), doença coronariana, osteoartrites e outras;
- idade: maiores de 18 anos. Idosos e jovens entre 16 e 18 anos podem ser operados, mas exigem precauções especiais e o custo benefício deve ser muito bem analisado;
- obesidade estável há pelo menos cinco anos;
- pelo menos dois anos de tratamento clínico prévio, não eficaz;
- ausência de drogas ilícitas ou alcoolismo;
- ausência de quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados;
- compreensão por parte do paciente e familiares dos riscos e mudanças de hábitos inerentes a uma cirurgia de grande porte e da necessidade de acompanhamento pós-operatório com equipe multidisciplinar pela vida do paciente.
Por ser uma doença multifatorial, a obesidade necessita de tratamento multiprofissional, e mesmo nos casos mais avançados, a cirurgia é apenas parte do tratamento.
Alberto Toshio Oba, cirurgião