Existem dois tipos de câncer que podem acometer o tubo esofágico: o epidermóide escamoso e adenocarcinoma. O primeiro representa a grande maioria dos casos no Brasil, cerca de 96%, além disso, o tumor no esôfago está entre os dez mais comuns em nosso país.
Esse tipo de câncer é extremamente traiçoeiro, pois é assintomático no início de seu desenvolvimento. Em geral, as pessoas só descobrem que estão doentes quando o tumor já cresceu bastante e a chance de cura está diminuída. Quando aparecem, os sintomas mais comuns são a dificuldade em engolir, dor no tórax, sensação de que a comida não passa pelo esôfago, enjoos, vômitos e perda de apetite.
É importante ficar atento à presença de alguns fatores de risco para saber a necessidade de fazer a endoscopia digestiva alta, principal método de diagnóstico. Quem consome muita bebida alcoólica ou muito quente, fuma, sofre com disfunções como acalasia, esôfago de Barret, tem infecção por HPV ou histórico de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão precisa ficar atento.
O tratamento pode ser feito por via cirúrgica, radioterapia ou quimioterapia, mas o mais comum é a cirurgia. Ela consiste na retirada da parte torácica do esôfago, por meio do pescoço, tórax ou abdômen, dependendo da posição do tumor. O acesso é feito com cirurgia aberta, videotorascopia ou viodeolaparoscopia, também levando em consideração onde o câncer está instalado. Após a retirada do órgão, o estômago é transformado em um tubo e conectado ao esôfago cervical.
O pós-operatório é complicado, a pessoa leva cerca de 20 dias até voltar a ingerir alimentos sólidos. Por isso, o ideal é prevenir. Evitar os fatores de risco é muito importante, além de manter uma dieta saudável, rica em frutas e legumes.
Carlos A. Sabbag - Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo (Curitiba)