O suor é secretado por glândulas sudoríparas localizadas na pele. A produção é regulada pelo centro sudomotor do cérebro. Quando ocorre uma disfunção deste, surge a hiperidrose, que é uma sudorese que ultrapassa a necessidade de controle da temperatura corporal.
Existem dois tipos de hiperidrose: a primária e a secundária. A secundária ou generalizada pode ser desencadeada por hipertireoidismo, diabete, menopausa, síndrome paraneoplásica, distúrbios psiquiátricos, temperaturas elevadas e fatores emocionais. A primária ou localizada ocorre em quase 1% da população. Cerca de 20% destes já nascem com excesso de transpiração, podendo haver outros membros da família com o quadro, o que sugere um fator hereditário.
A hiperidrose axilar é desconfortável pela sensação de falta de higiene. A secreção das glândulas pode sofrer a ação de bactérias, o que produz um suor com odor desagradável. Já a forma palmar é agravada pelo uso de calçados fechados, que ajudam a promover maceração da pele, podendo ocasionar infecções cutâneas. Na hiperidrose palmar o indivíduo tende a se isolar, evitando o convívio social.
Os tratamentos variam de acordo com a intensidade e localização do problema. Topicamente, podem ser utilizados antiperspirantes contendo sais de alumínio. Por via oral, existem os anticolinérgicos, que inibem a passagem de impulsos pelos nervos parassimpáticos. Nos pacientes com componente emocional importante é útil a psicoterapia.
A toxina botulínica pode ser infiltrada no subcutâneo, bloqueando o estímulo neurológico nas glândulas. A curetagem das glândulas axilares é outra opção, e nas hiperidroses palmar e axilar, a simpatectomia (retirada de um cordão de gânglios localizados em ambos os lados da coluna) é o melhor método caso os anteriores não sejam eficazes.
Leandro Neme, dermatologista