O TOC é um transtorno de ansiedade grave que atinge de 1 a 2% da população geral e apresenta uma evolução bastante variável. Pode surgir abruptamente, associado a um fator estressor ou se desenvolver de forma gradual e sem aparente relação com eventos estressores.
Os sintomas típicos deste transtorno incluem pensamentos recorrentes, denominados de obsessão, e ações repetitivas, chamadas de compulsões. As obsessões mais comuns referem-se a preocupação quanto a contaminação (medo de se contaminar por tocar a mão de outras pessoas), dúvidas repetidas sobre seu próprio comportamento (pensar se deixou o gás ligado ou a porta trancada, por exemplo), necessidade de extrema organização (sofrimento quando objetos estão assimétricos ou fora do lugar), impulsos agressivos (ferir animais ou familiares) ou pensamentos relacionados a imagens sexuais (figuras pornográficas).
Estes pensamentos são vivenciados como invasivos e inadequados e acarretam acentuada ansiedade. Na tentativa de diminuir ou cessar esta sensação, a pessoa pode executar comportamentos estereotipados ou repetitivos, como contar números, fazer orações, limpar várias vezes o mesmo local, ordenar objetos. O indivíduo que apresenta quadro de TOC tem uma forte sensação de que se não executar as ações repetidas vezes, algo muito ruim acontecerá.
Os principais efeitos deste quadro são: prejuízo na rotina do indivíduo, diminuição de desempenho em atividades que exijam concentração, como atividades acadêmicas e prejuízo nas relações sociais habituais. O transtorno tem bases químicas, genéticas e psicológicas e em cerca de 15% dos casos há uma deterioração progressiva no funcionamento profissional e social. O tratamento inclui medicação e psicoterapia e o efeito da combinação desses tratamentos é superior ao uso isolado de cada um deles.
Annie Wielewicki - psicóloga (Londrina)