A cirurgia de obesidade preencheu um espaço importante no tratamento de uma doença de difícil controle, mas não devemos banalizar a indicação deste procedimento. A cirurgia para obesidade, também conhecida como cirurgia bariátrica, passa a ser considerada quando o nível de obesidade é grave, o que definimos por índice de massa corporal (IMC) acima de 40 kg/m2 (peso/altura X altura).
Além do IMC, a pessoa precisa ter passado por vários tratamentos clínicos prévios sem sucesso (dieta + exercícios + medicamentos). A presença de doenças como diabetes, hipertensão, apnéia do sono ou problemas ortopédicos reforça os dois critérios mencionados, comprovando a gravidade do excesso de peso e validando a cirurgia como uma boa alternativa de tratamento.
Existem algumas técnicas cirúrgicas disponíveis que serão escolhidas conforme o caso ou experiência do cirurgião. A chamada técnica de Capella é a modalidade mais realizada, sendo a cirurgia mais reconhecida e estudada em todo o mundo.
A cirurgia pode ser feita de modo tradicional, com um corte longitudinal no abdome (cirurgia aberta), ou por meio da moderna técnica de laparoscopia (pequenos furinhos no abdome). No entanto, a cirurgia não se resume a uma redução do estômago - ela envolve extensa mudança no comportamento do paciente.
Desta forma, para o sucesso do procedimento, é fundamental a abordagem por uma equipe médica multiprofissional. Esta avaliação envolve, no mínimo, consultas com médico clínico (em geral, o endocrinologista), nutricionista e psicólogo. Recomenda-se, ainda, que o paciente procure uma equipe cirúrgica para uma análise mais pormenorizada.
Daniel Lerário, endocrinologista (SP)