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Cientistas explicam

Por que é tão difícil tratar a anorexia?

Redação Bonde
14 out 2015 às 16:42
- Divulgação
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A anorexia pode ser um hábito bem enraizado, extremamente difícil de ser mudado. A constatação de um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Neuroscience sugere que os doentes agem automaticamente -- e não pesando os prós e contras da decisão de não comer.

De acordo com o jornal americano The New York Times, a conclusão pode ajudar a explicar por que este transtorno alimentar, que tem a maior taxa de mortalidade de qualquer doença mental, é tão difícil de tratar. Nem medicamentos psiquiátricos, nem sessões de terapia - medidas bem sucedidas no tratamento de outros distúrbios alimentares - ajudam na maioria dos casos de anorexia.

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"O problema das pessoas com anorexia nervosa é que elas não conseguem parar. Elas começam o tratamento dizendo que querem melhorar, mas não conseguem", disse Joanna E. Steinglass, pesquisadora da Universidade Columbia, nos Estados Unidos e coautora do estudo, ao The New York Times.

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O estudo teve como base um artigo publicado em 2013 que sugeria que, nas mulheres vulneráveis à anorexia, a perda de peso inicialmente serve como uma recompensa para aliviar a ansiedade e melhorar a autoestima. Mas, com o passar do tempo, a própria dieta passa a ser a recompensa. Para comprovar a teoria os pesquisadores escanearam, por meio de ressonância magnética, o cérebro de 42 mulheres (21 com anorexia e 21 saudáveis) enquanto elas tomavam decisões relacionadas à alimentação.

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Os resultados mostraram que as participantes anoréxicas estavam mais propensas a escolher alimentos com baixo teor de gordura e menos calorias, em comparação com as saudáveis. Elas também tendiam a não considerar alimentos altamente calóricos como "saborosos".


Por sua vez, a análise cerebral mostrou que tanto as anoréxicas quanto as mulheres saudáveis tiveram a área do centro de recompensa ativada. No entanto, nas participantes com o distúrbio os cientistas identificaram uma atividade mais intensa no corpo estriado dorsal, região envolvida com o comportamento habitual, o que sugere que elas estavam agindo automaticamente com base em um hábito e não pesando os prós e contras daquela decisão.


"Isso ajuda a explicar porque os tratamentos comumente utilizados, como antidepressivos e terapia cognitiva, não funcionam muito bem. Hábitos têm de ser substituído por outro comportamento.", explica B. Timothy Walsh, autor do artigo base da pesquisa e coautor do novo estudo, ao The New York Times.

De acordo com os autores, os resultados deste estudo trazem evidências de que os circuitos cerebrais envolvidos nos comportamentos habituais desempenham um papel importante em doenças nas quais os pacientes persistem em fazer escolhas autodestrutivas independentemente das consequências, como o vício em cocaína ou o jogo compulsivo.
(com informações do site Veja)


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