É quando uma pessoa ingere os alimentos todos de uma só vez e sobrecarrega de nutrientes o fígado, que precisa metabolizar o acúmulo severo de gorduras sanguíneas como o colesterol e os triglicerídes.
A pessoa que tem essa síndrome come muito num prazo mínimo de duas horas. E pelo menos por um período de três meses, que geralmente são seguidos de sensação de estresse e insônia. É seguida também de anorexia pela manhã, que é representada pela falta de apetite no café da manhã ou pelas desculpas ''pela manhã eu não como nada, só um cafezinho preto, não sinto fome''.
A glicose provinda dos alimentos que contêm açúcar indireto (carboidratos) estimulam o pâncreas a produzir o excesso de insulina (hiperinsulinismo), o que colaboraria para aumentar ainda mais a obesidade, hipoglicemia e a hipertensão arterial.
O aumento do cortisol, relacionado ao estresse, aumenta o risco de obesidade abdominal e risco cardíaco. A falta de melatonina, que é um hormônio relacionado ao sono, pode trazer insônia e depressão e a redução de leptina reduz a sensação de satisfação alimentar.
À somatória de todos esses efeitos gerados pelo ''comer excessivo num único horário'', principalmente o noturno, resulta o que chamamos de Síndrome Plurimetabólica, normalmente associada à obesidade em maçã (abdominal), o que aumenta drasticamente o risco para infarto, do coração, do cérebro, entre outros.
É nessa dependência metabólica que se perpetua a obesidade, principalmente a abdominal. Quanto maior o grau de obesidade, maiores são os episódios de comer noturno.
José O. Cervantes Loli - médico endocrinologista e metabologista (Apucarana)