A hipervitaminose ocorre quando há ingestão de uma grande quantidade de determinada vitamina por um tempo prolongado. Esta quantidade excessiva de vitamina pode levar a alguns efeitos colaterais, que geralmente cessam quando o paciente pára de tomá-la. Os sintomas variam desde distúrbios gastrointestinais (diarréia, náuseas, vômitos), até situações mais sérias como irritabilidade, insônia, inapetência e aumento do fígado, no caso de excesso de vitamina A. Preocupante também é o excesso de vitamina D, que pode levar a retardo no crescimento, alteração na função renal e calcificações de tecidos.
Já a hepatite medicamentosa é uma reação inflamatória no fígado causada pelo uso de medicamentos, que pode ser dependente da dose utilizada ou não. A lista de medicamentos que podem levar à hepatite é grande (mais de mil são listados), destacando-se os antiinflamatórios, antifúngicos (para micoses), analgésicos (paracetamol), amiodarona, antibióticos (por exemplo a eritromicina, tetraciclina), hormônios anabolizantes e até mesmo ervas medicinais e medicamentos homeopáticos.
É uma situação pouco frequente (10% das hepatites agudas), porém sua incidência vem aumentando gradativamente, pelo aumento de drogas no mercado e também pelo hábito da automedicação.
O paciente pode apresentar alguns sintomas como mal-estar, dor muscular, fraqueza, icterícia (pele e olhos amarelados) e urina escura. Na maioria das vezes, os casos ocorrem de forma leve, melhorando com a suspensão da medicação.
Porém, há situações de hepatite grave e fulminante (que podem levar à morte), que necessitam de transplante de fígado de urgência. O perigo está onde menos se espera. Por isso, vale sempre lembrar: nunca consuma medicamentos sem orientação médica.
Pedro Humberto P. Leite, gastroenterologista, especialista em hepatologia