Durante muitos anos, pessoas que sentiam dor pelo corpo, além de cansaço, tristeza, dormência nas mãos, tonteira, alteração da memória, alteração do sono e alterações intestinais, eram considerados pessoas com problemas puramente psicológicos. Entretanto, estudos demonstram que estas alterações fazem parte de uma doença chamada de fibromialgia.
Com o avanço da medicina descobriu-se que a fibromialgia tem um como base alteração genética associado a três fatores: alterações neuroendocrinológicas (substâncias que podem modificar o humor, ânimo e gordura de todo o nosso organismo), alterações de neurotransmissores (substâncias que podem modificar o sentimento no cérebro) e disfunção neurosensorial (alteração no sistema neurológico que pode modificar o modo como sentimos a dor).
Estas três alterações, que são herdadas geneticamente, costumam manifestar-se em uma pessoa após um trauma físico ou emocional, como uma grande decepção, morte de um ente querido, separação, etc.
O que se sabe hoje é que o trauma físico ou emocional tem importância fundamental no gatilho para início dos sintomas da fibromialgia, provavelmente por acentuar um desequilíbrio neuroquímico e hormonal já existente no organismo da pessoa com a herança genética da fibromialgia.
É importante saber que a fibromialgia é uma doença real e que seu controle é necessário, pois para as pessoas que sofrem com esta doença existe perda significativa na qualidade de vida com grande prejuízo no trabalho, convívio social e familiar.
O tratamento requer uma visão global e multifatorial com ajuda também para mudanças no estilo de vida do paciente.
Rafael Higashi - neurologista e médico da dor (Londrina)