Endometriose é uma doença que atinge cerca de 30% das mulheres em idade fértil e hoje é uma das principais causas de dificuldade para engravidar. Ainda se discutem os motivos que fazem esta doença surgir, mas os novos estudos apontam para uma influência genética. Talvez o fato das mulheres atuais menstruarem mais cedo, terem uma vida mais agitada, deixarem para ter filhos mais tarde são fatores que contribuiram para o aumento exponencial desta doença.
Clinicamente esta doença tem um conjunto de sinais clássicos: cólicas menstruais progressivas, alterações intestinais durante os dias de menstruação, dor nas relações sexuais e dificuldades para engravidar.
Existe um problema cultural em nosso País de considerar normal o fato de sentir dor durante a menstruação. Particularmente acredito que jamais será normal ter dor 3 ou 4 dias por mês e isto sempre deve ser investigado.
Infelizmente não há ainda um tratamento medicamentoso para esta doença. Os remédios para dor, as pílulas contraceptivas e o DIU hormonal são tratamentos dos sintomas, ou seja, melhoram a dor e estabilizam a doença, porém, uma vez interrompidos os sintomas retornam.
O único tratamento definitivo para a endometriose é a cirurgia, pois as lesões são totalmente retiradas. A videolaparoscopia é hoje considerada a melhor forma de tratar cirurgicamente a endometriose, pois consiste em colocar uma câmera dentro do abdome da mulher para enxergar detalhadamente as possíveis lesões de endometriose, tornando a cirurgia mais minunciosa e eficaz. Acredita-se que a cirurgia detalhista é capaz de eliminar todos os focos de endometriose e curar a paciente, aumentando a qualidade de vida e probabilidade de uma gravidez natural. Quanto mais precoce o diágnostico e mais rápido o tratamento, melhores são os resultados.
Fernando José de Paula - ginecologista (Londrina)