A dor de cabeça é um dos males que mais acometem a população mundial. De acordo com a Academia Brasileira de Neurologia, estima-se que ela atinja 93% das pessoas pelo menos uma vez na vida. As mulheres são as que mais sofrem com a doença - 76% relatam pelo menos uma dor de cabeça ao mês, enquanto 57% dos homens têm a mesma reclamação. De todas estas pessoas, 31% precisam de tratamento médico por causa da incapacidade que as dores provocam.
Existem mais de cem tipos de cefaleias (termo técnico para definir a dor de cabeça), que podem ser divididas em primária, quando a doença é a própria dor de cabeça, e secundária, que é a manifestação de alguma outra doença que pode ser um aneurisma, sinusite, meningite entre outras.
A enxaqueca é um tipo de cefaléia que pode durar de 4 até 72 horas. Ela provoca uma dor forte, latejante e unilateral, que pode ser agravada por qualquer tipo de atividade, seja física ou intelectual. Podem ocorrer ainda fotofobia (dificuldade de olhar para a luz), fonofobia (reação negativa a qualquer barulho), náuseas e vômito.
O tratamento das dores de cabeça depende de um diagnóstico do neurologista e é feito sempre de acordo com cada caso. Para a dor primária há medicações específicas, como analgésicos e anti-inflamatórios. Para a enxaqueca são utilizados triptanos e medicações chamadas de antieméticos, contra vômitos e náuseas. A auto-medicação deve ser evitada, pois pode causar uma dependência de analgésicos, e atrapalhar um tratamento adequado.
Nos casos em que a dor de cabeça costuma acontecer mais de três vezes em um mês, há também o tratamento preventivo, no qual podem ser usados diversos medicamentos, administrados de acordo com o perfil do paciente, e que devem ser utilizados diariamente para diminuir a frequência das crises.
Pedro André Kowacs - médico neurologista