Embora a mamografia seja mais desconfortável que a ultrassonografia, ela continua sendo o principal exame no rastreamento do câncer de mama. Rastrear significa procurar uma doença que ainda não apresenta sintomas. O câncer de mama, em seus estágios iniciais, não causa dor ou alterações na pele, de modo que não pode ser percebido pela paciente durante o auto-exame, tampouco pelo médico que a examina. A única forma de encontrá-lo é por meio de exames capazes de identificar a lesão em seu menor tamanho possível, pois quanto menor for a doença ao ser encontrada, maior a chance de cura.
Os estudos que comparam a mamografia e o ultrassom em sua capacidade de encontrar estas minúsculas lesões mostram que a mamografia é superior, ou seja, encontra lesões menores e em formas mais variadas. Algumas mulheres (seja por serem jovens ou por características herdadas geneticamente) possuem as chamadas mamas densas, as quais apresentam predomínio de tecido glandular e ficam muito brancas à mamografia, dificultando sua interpretação. Para tais casos, a realização dos dois exames simultaneamente pode trazer benefícios.
Mas, para lamento das mulheres com mamas dolorosas, nenhum dado científico até o momento permite substituir a mamografia pelo ultrassom. Felizmente, o desconforto dura pouco e, quando o resultado é normal, deverá ser repetido apenas no próximo ano.
Beatriz Daou Verenhitach - mastologista (Londrina)