Julho é o mês verde de alerta contra o câncer de boca e garganta. Na última quinta-feira (6), foi lançada uma campanha de conscientização, promovida pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil), com sessão no Congresso Nacional. São pelo menos 23 mil novos casos, anualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Murilo Neves especialista em Cabeça e Pescoço da Clinica MedPrimus São Paulo, explica que o câncer de cavidade oral representa a neoplasia maligna de maior relevância a saúde como um todo, por ser a neoplasia maligna mais comum a acometer especificamente a região da cabeça e pescoço.
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Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer) para 2017 são esperados 11.140 casos novos de câncer de cavidade oral em homens e 4.350 em mulheres. Considerando todo o Brasil, o câncer de cavidade oral representa o 5º mais comum entre todas as neoplasias malignas no sexo masculino.
"O câncer da cavidade oral compreende todos os tumores malignos que acometem desde o início da boca junto aos lábios, passando pela mucosa da boca e língua, indo até as amígdalas e a úvula (a famosa campainha da boca). O câncer dessa região está muito relacionado aos hábitos de fumar e de consumir bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas. Sendo que a associação delas aumenta muito risco de se desenvolver um câncer." Explica o especialista.
Dr. Murilo também ressalta que a infecção pelo HPV (papiloma vírus humano), o mesmo que causa o câncer no colo do útero das mulheres, também representa um importante fator de associado. Tipicamente acomete mais homens (que culturalmente fumam e bebem mais do que as mulheres) entre os 50 e 60 anos.
O grande problema do câncer da cavidade oral é que ele não causa muitos sintomas nas fases iniciais, e pode passar completamente despercebido. Pode parecer uma pequena úlcera que não cicatriza ou uma mancha branca na mucosa da boca. E diferentemente do que todos acham, geralmente não dói nessa fase inicial de evolução. Apenas quando a lesão se torna muito grande é que o câncer da cavidade oral torna-se sintomático, usualmente causando muita dor para engolir ou para abrir a boca.
A vigilância ativa com exames periódicos da cavidade oral em tabagistas com mais de 40 anos de idade é o mais recomendado e deve ser realizada pelo menos a cada 2 anos. Vale muito a pena lembrar que aftas ou úlceras na mucosa da boca que não cicatrizam em 10 dias devem ser examinadas por um profissional da saúde.
Nos estágios iniciais o câncer da cavidade oral é altamente tratável e apresenta boa taxa de cura. Já nos estágios mais avançados, o tratamento torna-se muito complexo dificultando muito a resolução da doença.
• é mais comum em tabagistas e etilistas
• acomete mais homens do que as mulheres
• raramente causam algum sintoma nos estágios iniciais
• o sucesso do tratamento depende muito do diagnóstico ser o mais precoce possível
• aftas que não cicatrizam devem ser avalizadas por um profissional.