A gagueira é um distúrbio da comunicação que se caracteriza por uma ruptura involuntária no fluxo da fala. Essas rupturas involuntárias são também chamadas de disfluência. Os sintomas mais comuns são as repetições de sílabas e de sons, os prolongamentos, as hesitações, os bloqueios e as tensões corporais e faciais. Podem estar associados os comportamentos motores como piscar de olhos, projeção da língua e alterações na velocidade e na intensidade da fala.
Na maioria dos casos ela surge na infância, entre três e oito anos. Seu desenvolvimento é gradativo, mas em um terço das crianças ela tem seu início repentino. Pode apresentar diferentes estágios que abrangem do leve ao severo, pode ser intermitente e progressiva, com níveis variados de tensão. 1% da população mundial apresenta o distúrbio da gagueira, sendo mais frequente em pessoas do sexo masculino, numa proporção de quatro homens para uma mulher.
Atualmente a gagueira é entendida como um distúrbio multicausal. Alguns estudos apontam para fatores genéticos, mas somente este não explica a gagueira. Há um conjunto de fatores que pode provocá-la, como os aspectos motores da fala, emocionais, afetivos, cognitivos e lingísticos, entre outros. As emoções negativas como ansiedade, frustração e a vergonha tomam conta da pessoa quando ela tenta falar e percebe que está bloqueada. Pedir calma, paciência, ou mandar a pessoa respirar, são atos que não ajudam e de nada adiantam.
A gagueira tem tratamento, portanto é fundamental que se faça precocemente um trabalho específico. Melhores resultados serão obtidos quanto mais rápida for a intervenção terapêutica fonoaudiológica especializada.
Jaqueline Cavazzana - fonoaudióloga (Londrina)