Todos temos um sistema nervoso chamado autônomo, ou seja, que é independente de nossa vontade. Este é dividido em dois: um que estimula, excita, conhecido como simpático, e outro que inibe, conhecido como parassimpático.
Quando estamos diante de uma situação de estresse, perigo, ameaça à vida, acionamos mais o simpático e temos aceleração do coração, mãos frias, boca seca, aumento de força muscular. Em repouso, predomina o parassimpático: a frequência cardíaca diminui, há relaxamento muscular, tranquilidade.
Em algumas circunstâncias, o sistema nervoso simpático participa das arritmias cardíacas. Quando treinamos, fazemos exercícios com regularidade, permitimos que em repouso haja predomínio do parassimpático e em algumas situações há melhora da arritmia.
Mas ressalte-se que o importante, em casos de arritmia, é descobrir a causa desta, pois há situações em que o exercício pode, inclusive, piorá-la e até levar à morte súbita.
A arritmia cardíaca pode ser a primeira e a única manifestação de doença cardíaca, portanto, é recomendado sempre investigar a causa para a programação do tratamento. Quando a arritmia ocorre em corações normais, raramente necessita de tratamento e, na maioria das vezes, não há com o que se preocupar.
A mensagem final é de que a arritmia necessita ser investigada e se estiver tudo bem com o coração, não haverá restrição à vida normal ou necessidade de tratamento.
Ricardo José Rodrigues, cardiologista