A substancia é sintética hidrogel é um produto produzido em laboratório e composto por água e hidrogel de poliamida. O produto, que inicialmente foi considerado como absorvível, hoje é sabidamente inabsorvível. "Existem diversos relatos de que o produto não é absorvido pelo organismo e é daí que partem as possíveis complicações deste tipo de procedimento", explica Tiago André Ribeiro, médico cirurgião plástico.
Como o procedimento prevê o depósito de uma grande quantidade de material no tecido subcutâneo – entre camadas de gordura e até mesmo músculos – há chances do hidrogel ser injetado próximo a um vaso sanguíneo e comprimi-lo. Neste caso, as complicações vão desde uma interrupção do fluxo sanguíneo, chamada de isquemia, que pode gerar a necrose da pele e até a compressão de um nervo. "A possibilidade de infecções causadas pela substância também são altas devido a aplicação ser subcutânea, além das chances de que a paciente desenvolva trombose, embolia pulmonar e cerebral", alerta o profissional.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) adverte a respeito dos perigos da substancia e dos riscos da aplicação de qualquer quantidade deste produto.
Reversão do procedimento
Não existem estudos e testes suficientes que garantam a segurança da técnica a longo prazo, por isso é necessário que a paciente tenha cautela ao optar pelo procedimento. "Por ser uma injeção subcutânea, a retirada do material pode ser muito difícil e é possível que ainda fiquem resquícios do hidrogel no organismo da paciente", revela.
Ribeiro alerta que, antes de realizar qualquer cirurgia plástica, a paciente deve buscar profissionais associados a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), além de tirar todas as dúvidas sobre como a substância se comportará após a aplicação. "Esse é um material muito recente, por isso é de extrema importância avaliar os prós e contras da aplicação", finaliza.