Essas doenças têm até nome: psicodermatoses. Estima-se que até um terço dos pacientes com doença dermatológica apresentem fatores psicológicos ou psiquiátricos associados. Esta condição pode ser causada por distúrbios psiquiátricos primários, com sequelas na pele secundariamente. Participam deste grupo a ''dermatite factícia'' ou ''auto mutilação'', em que o próprio doente, portador de uma alteração psiquiátrica, produz as lesões; ''escoriação neurótica'', em que a pessoa possui uma pequena lesão na pele, como a acne, e esta é piorada através de sua manipulação; ''tricotilomania'', hábito impulsivo de arrancar os cabelos e outras.
As dermatoses também podem ser influenciadas pelo estado emocional. Neste outro grupo, os fatores emocionais podem desencadear ou agravar doenças de pele já existentes. Os exemplos aqui são vastos e englobam desde exacerbações de funções fisiológicas como o aumento da sudorese e aumento da produção sebácea da pele, até o aumento dos sintomas de doenças já existentes como o prurido (coceira pelo corpo) ou a dor. As doenças mais relacionadas a esta influência são: dermatite atópica, psoríase, dermatite seborreica, acne, vitiligo, alopecia areata, verrugas, entre muitas outras.
O primeiro passo é reconhecer distúrbios psicológicos frente a uma doença de pele e não ter receio de aceitá-los. Eles geralmente são suspeitados quando tratamentos convencionais para a pele não surtem efeitos ou quando muitos exames já foram realizados sem encontrar uma causa orgânica para aquela doença. Os quadros mais frequentes associados são transtornos de ansiedade, depressão e sintomas obscessivo-compulsivos.
O tratamento do desequilibrio psíquico associado ao tratamento dermatológico aumenta a chance de sucesso, portanto deve haver um acompanhamento conjunto com dermatologista, psiquiatra e psicólogo de acordo com cada caso.
Caroline Guerra- dermatologista (Londrina)