Quando se pensa em impor uma dieta diferenciada para uma criança, seja por motivos culturais, filosóficos ou religiosos, é preciso levar em consideração, como prioridade máxima, sua saúde e crescimento. Em geral, as dietas não usuais podem causar danos à saúde como deficiência de vitaminas e minerais, ocasionando um déficit de crescimento em crianças e adolescentes.
De acordo com estudos realizados pelo Comitê para Dieta e Saúde do National Research Council, a menos que os vegetarianos estritos escolham um equilíbrio apropriado de alimentos, eles correm o risco de diversas deficiências, especialmente a vitamina B12, presente somente em alimentos de origem animal e também em alguns alimentos especialmente enriquecidos. Seria, portanto, recomendável que os adeptos desta dieta fizessem uso de suplementos de vitamina B12. A restrição total de alimentos de origem animal também causa deficiências de riboflavina, cálcio, ferro e aminoácidos essenciais, como lisina e metionina.
Crianças, especialmente, quando não expostas à luz do sol, correm o risco de deficiência de vitamina D, que pode causar raquitismo secundário. Além disso, níveis baixos de ferritina no sangue foram encontrados também em adeptos da dieta vegetariana, levando a um quadro de anemia. Outro aspecto na dieta vegetariana restrita é a sua baixa digestibilidade e qualidade protéica. A qualidade da proteína depende tanto da digestibilidade como da composição de aminoácidos. A digestibilidade da proteína vegetal em uma dieta vegan para uma criança é de apenas 86% e carecem de quantidades significativas de vários aminoácidos essenciais.
Uma dieta vegetariana pode ser adotada, desde que minuciosamente adequada. Pessoas que pretendem adotar tal prática devem procurar profissionais competentes para a manutenção da saúde.
Beatriz Ulate, nutricionista