O uso de cremes e cosméticos no período noturno tem como grande vantagem o fato de que a pele, estando em repouso, sofreria menos a ação de fatores individuais e ambientais como sol, vento, poluição, transpiração, oleosidade etc. Todos estes fatores podem interferir na absorção e na eficácia dos produtos, diminuindo assim seus benefícios. No entanto, não há estudos comprovando que o uso de um mesmo cosmético no período da noite teria seus efeitos potencializados em relação ao uso diurno.
O que indicaria realmente a preferência pela aplicação diurna ou noturna de um produto é a finalidade para a qual se destina e a natureza das substâncias a serem utilizadas. Por exemplo, algumas substâncias são de uso noturno obrigatório por serem sensíveis à luz, ou seja, quando expostas à claridade, são inativadas e deixam de exercer sua função. Em outros casos, como nos produtos à base de ácidos, a exposição ao sol ou até mesmo à luz artificial pode provocar reações adversas como irritações da pele, fotossensibilidade e, até mesmo, ocasionar manchas, o que contra-indica totalmente seu uso durante o dia.
Portanto, cosméticos e medicamentos que dependam do contato e absorção para uma boa ação devem ser utilizados preferencialmente à noite, reservando para o dia o uso de produtos contendo fotoprotetores, aliados a hidratantes adequados ao tipo de pele de cada indivíduo. Para não correr riscos na hora da escolha, é muito importante que o consumidor leia e siga rigorosamente as instruções fornecidas pelos fabricantes dos produtos. E, no caso de surgir qualquer reação estranha, suspender imediatamente o uso e entrar em contato com seu médico.
Airton dos Santos Gon, dermatologista