A presença da acne na pré-adolescência, adolescência e início da vida adulta pode ser o gatilho para a manifestação de sentimentos negativos, o que favorece o desenvolvimento de estados emocionais como inferiorização, fragilidade, exclusão e insegurança. "É um ambiente propício para distúrbios emocionais causadores de estresse e depressão", informa Talita Poli Biazon, hebiatra do Instituto da Criança e do Adolescente de São Paulo.
Em relação à convivência social, a especialista relata que os jovens com acne estão mais sujeitos a serem "alvo de críticas e preconceitos" mesmo de pessoas mais próximas, fazendo com que eles se fechem no seu mundo, restringindo a sua socialização e a busca de sua identidade de uma forma mais harmoniosa e pacífica. "Às vezes, o menino ou a menina deixa de fazer o que gosta para não ter que entrar em contato com situações que ofereçam rejeição, críticas ou até mesmo que o faça ser alvo de atenção, preferindo ficar em casa", sinaliza a médica.
No plano físico e emocional, durante a puberdade acontecem mudanças no corpo e novos sentimentos e sensações são vivenciadas. Entre elas alterações hormonais que influenciam diretamente no comportamento do adolescente, como é o caso da acne. "O principal desafio nessa fase da vida é procurar conhecer sua real identidade diante do caótico processo interno que vivencia para promover rompimentos, avanços, retrocessos até atingir a maturidade e encontrar a sua identidade. Além disso, é nesse período que aprendemos a delimitar nosso território o que, e nem sempre, é pacífico e, muito menos fácil", informa Benito Lourenço, chefe da Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Neste cenário, tratar a acne é importante não somente por questões estéticas, mas principalmente para reduzir obstáculos que possam restringir o pleno desenvolvimento do adolescente.
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