O glaucoma é considerado uma doença ‘silenciosa’. Então como saber se corro riscos de ser portador?
Em linhas gerais, pode-se definir glaucoma como sendo o aumento da pressão interna do olho, causada pelo acúmulo do humor aquoso (líquido que preenche parte do olho) suficiente para lesar o nervo óptico.
Perto de 900 mil brasileiros e cerca de 67 milhões de pessoas no mundo são atingidas pelo glaucoma, sendo o principal responsável pela perda de visão, que poderia ser evitada.
O glaucoma não controlado pode levar a uma lesão permanente da visão, podendo chegar até mesmo a uma cegueira irreversível. É comumente uma doença silenciosa, a maioria dos pacientes é praticamente assintomática, ou seja, é comum a pessoa ser portadora do problema e não apresentar sintomas, principalmente no início da doença. O glaucoma acompanhado de dor nas fases iniciais da doença é geralmente pouco frequente e pode ocorrer devido a uma pressão ocular muito elevada.
Esta característica 'silenciosa' da doença é o grande desafio para o seu controle, uma vez que se observa elevada incidência na descontinuidade do tratamento. Desta forma, a informação torna-se uma grande aliada no controle do glaucoma. Por meio do conhecimento dos reais riscos aos quais está exposto, o portador poderá se conscientizar do problema e seguir corretamente as prescrições médicas.
Um outro aspecto importante é o envolvimento da família no tratamento do portador de glaucoma. Muitas vezes é importante orientar o cônjuge e filhos para que estes também conheçam a doença e auxiliem o portador na adesão e na manutenção do tratamento. É muito comum o glaucoma ser detectado durante uma consulta oftalmológica de rotina.
O diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível, para que se possa iniciar o tratamento, cujo objetivo principal é reduzir a pressão intra-ocular, interrompendo a lesão do nervo óptico.
Cerca de 1% a 2% da população acima de 40 anos é portadora desta doença e entre os mais velhos este percentual aumenta consideravelmente. Além de uma orientação segura e continuada, o paciente precisa também de um acompanhamento médico oftalmológico periódico, seguido de exames que poderão auxiliar o profissional para tratar o problema da melhor forma.
Francisco E. Campiolo, oftalmologista