O diabetes Mellitus tipo 2 é um distúrbio metabólico complexo que resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. Os fatores ambientais mais importantes são a obesidade e o sedentarismo. A explosão na incidência dessa enfermidade nos últimos anos se deve principalmente a esses fatores.
A doença sempre foi vista como distúrbio do metabolismo de carboidratos. Este conceito, entretanto, não reflete a real dimensão da patologia. O diabetes mellitus é um distúrbio metabólico que envolve açúcares, gorduras e proteínas.
Nos últimos anos a medicina tem dado grande ênfase ao papel das gorduras na origem do diabetes, em especial a gordura chamada ''saturada'', que é aquela encontrada nos alimentos de origem animal.
Fatores genéticos são importantes, porém não acessíveis à intervenção efetiva. Os fatores ambientais, por outro lado, são aqueles que podem ser modificados; a perda de peso, mesmo não se chegando ao peso ideal, e a prática de exercícios físicos constituem arma poderosa para prevenirmos o diabetes.
Não basta, como pergunta o leitor, simplesmente reduzir o consumo de açúcares. O que se recomenda atualmente é uma dieta balanceada que inclua carboidratos, proteínas, gorduras, principalmente não-saturadas, e um aporte satisfatório de fibras.
Recomenda-se entre 25 a 30 gramas de fibra por dia. Uma maçã, por exemplo, apresenta cerca de três gramas de fibra. Dietas da moda, como por exemplo, dietas ricas em proteínas e gorduras, com exclusão quase total de carboidratos, não têm base científica e não são recomendadas.
A dieta equilibrada associada à atividade física regular (hoje recomenda-se cinco vezes por semana) são a prevenção ideal que o leitor acima precisa realizar. No presente caso existe forte componente genético e, em tais casos, a atuação sobre os fatores ambientais deve ser ainda mais acentuada.
Evander Botura, cardiologista do Hospital do Coração de Londrina