Queloides são tecidos de reparação fibrosa exuberantes que se desenvolvem depois de uma lesão da pele como, por exemplo, cicatrizes de cirurgia, ferimentos, vacinas, acne, perfurações de brincos e piercings. Nos queloides, a cicatrização se caracteriza por um crescimento contínuo e excessivo, estendendo-se além dos limites da lesão. Geralmente são dolorosas ao toque e provocam coceira. Além do desconforto, essas lesões podem produzir aspecto estético muito desagradável e trazer problemas sérios aos pacientes, dependendo do tamanho e localização.
Para evitar a formação dos queloides, os indivíduos mais suscetíveis (negros e asiáticos principalmente) devem ser alertados para o risco na realização de procedimentos estéticos, avaliando com cuidado as vantagens e desvantagens. Outra medida, esta de responsabilidade do cirurgião, é a de realizar as incisões cirúrgicas de acordo com as linhas de força naturais da pele, diminuindo a tensão na cicatriz, e consequentemente reduzindo o risco de formação dos queloides.
No caso de ferimentos por traumas ou queimaduras, ou quando não for possível realizar a incisão cirúrgica de acordo com as linhas de força, os cuidados no pós-operatório são muito importantes. Conforme a indicação do cirurgião, podem ser usados cremes à base de corticosteroides por longo período. Outra modalidade de prevenção consiste na compressão da cicatriz, que pode ser feita com peças de roupa ou faixas compressivas (uso de luvas para queimaduras de mãos), e uso de cremes, géis e placas de silicone.
Embora não existam trabalhos científicos comprovando sua eficácia, o uso de produtos fitoterápicos à base de rosa mosqueta é descrito como método útil para a prevenção destas cicatrizes.
Infelizmente, uma vez desenvolvidos, os queloides não costumam melhorar, sendo necessário o tratamento médico, que pode envolver técnicas como infiltração lesional de corticosteroides, crioterapia com nitrogênio líquido ou excisão cirúrgica seguida de irradiação pós-operatória.
Airton dos Santos Gon, dermatologista