Há dois tipos de derrame cerebral: o isquêmico e o hemorrágico. No isquêmico, ocorre uma obstrução das artérias que carreiam o sangue para determinada região do cérebro que, privado de irrigação, é destruído. No hemorrágico, há uma ruptura destas artérias, o que determina várias consequências danosas ao cérebro, dentre elas a compressão do mesmo pelo coágulo formado.
Como o médico identifica que um derrame está acontecendo? Não é difícil. O primeiro fator importante é que o sintomas acontecem de modo súbito, o que reflete o sofrimento agudo do tecido cerebral sem circulação sanguínea ou comprimido.
O segundo fator importante é que boa parte do cérebro tem uma função definida. Assim, se há isquemia de uma região envolvida com o controle do movimento dos membros, eles se tornarão fracos. Se a área afetada controla a fala, esta é perdida; e o mesmo acontece com a visão, sensibilidade, movimento da face, dos olhos, entre outros.
No derrame hemorrágico, um sintoma importante é a dor de cabeça brusca e muito intensa, que frequentemente é descrita como a ''pior dor da vida''.
Como quase todas as doenças, a prevenção é fundamental. Então quais são as pessoas que correm o maior risco de ter derrames? São aquelas com pressão arterial descontrolada, diabetes descompensado, colesterol alto, fumantes, obesos, muitos idosos e portadores de doenças que afetam o ritmo cardíaco.
E o tratamento? É obrigatório controlar os fatores de risco. Depois que o derrame acontece, o médico está com poucos recursos à mão. Nos derrames isquêmicos, se o paciente chegar ao hospital num período de até seis horas do início dos sintomas, podemos tentar medicamentos que dissolvam a obstrução arterial. Mas tais recursos só estão disponíveis em poucos hospitais e não há cobertura dos custos pelo sistema público de saúde. Nos derrames hemorrágicos, tentamos identificar a causa do sangramento e, se possível, saná-la cirurgicamente.
Luis Sidônio Teixeira Silva, neurologista