Os olhos do bebê, assim como dos adultos, estão protegidos pelas pálpebras e cílios, mas são mais sensíveis, necessitando de cuidados higiênicos específicos. As glândulas lacrimais dos bebês produzem mais fluido lacrimal do que adolescentes e adultos. Isto é importante e benéfico, pois o sistema imunológico ainda não está completamente desenvolvido e é nesse fluido que há uma enzima que protege o olho de microorganismos, Outro componente do fluido lacrimal é a mucina, essencial para a lubrificação do olho, sendo que nos bebês a produção desse muco é maior.
Quando os resíduos desse fluido lacrimal secam, há formação de secreções secas , aquelas ''casquinhas'' que grudam nas pálpebras e cílios. Muitas vezes a via lacrimal do bebê não drena o fluido lacrimal de forma suficiente, levando também ao acúmulo de secreções. Essas secreções secas ou serosidades mucosas originadas pela produção normal de lágrimas, poluentes, irritações oculares, deixam os olhos predispostos a infecções. Por isso a necessidade de prestar atenção na higienização ocular.
A higiene pode ser realizada umedecendo um algodão em água morna e passando da pálpebra em direção aos cílios. Trocar o algodão antes de limpar o outro olho. Para retirar a secreção que forma no cantinho do olho, pode-se usar gaze dobrada ao meio também umedecida com água morna. Em casos de obstrução de vias lacrimas, além da higiene recomenda-se associar massagem e drenagem da secreção acumulada.
Evite água boricada que pode irritar a área. O uso de remédios caseiros como chá de rosas ou de camomila também devem ser evitados, pois podem provocar irritação ou reação alérgica. O colírio é um medicamento e não deve ser usado sem prescrição médica.
Fabiane Fujii - oftalmologista (Londrina)