Nos últimos dias, diversas notícias de suspeitas de doenças relacionadas ao carrapato estrela em humanos invadiram as discussões dos londrinenses. "Devo deixar os cachorros apenas no quintal?" e "devo cobrir meu gramado com cimento para evitar que os carrapatos cresçam ali?" com certeza foram dois grandes questionamentos que deram ainda mais voz a esse assunto.
Contudo, de acordo com a docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Patrícia Mendes Pereira nenhuma dessas dúvidas devem ser relacionadas aos cães.
De acordo com Patrícia, existem diversos tipos de carrapatos – de cães, bois e capivaras - e cada um busca hospedar-se em um animal específico. "Cada espécie de carrapato é hospedeiro de um animal. O carrapato não quer ficar em qualquer ser, ele tem o hospedeiro específico dele", explica.
A docente ainda esclarece que o carrapato estrela, responsável por transmitir a febre maculosa, hospeda-se em capivaras, e não em animais domésticos, como cães e gatos. Patrícia explica que os casos de possíveis doenças transmitidas para humanos por esse tipo específico de carrapato não têm relação direta com os cães. "Há uma grande confusão com relação a esse assunto", alerta.
Outro ponto ressaltado pela docente é que o carrapato comum em cães - rhipicefalus sanguineus - transmite doenças extremamente prejudiciais e específicas para esses animais, como a erliquiose canina, que é muito perigosa para a saúde e bem estar dos cachorros. Ela ressalta a importância de manter os cães livres desse parasita.
Resultado de exames
De acordo com dadoa da assessoria do Hospital do Coração de Londrina, os exames de João Pedro Agustinho, adolescente de 12 anos que morreu no início da semana com suspeita de ter contraído a doença transmitida pelo carrapato estrela, deram negativo à presença da bactéria transmitida pelo parasita.