O percentual elevado de pessoas que possuem doenças ligadas ao excesso de peso tem preocupado especialistas em todo o país pelo fato de gerar doenças como diabetes e hipertensão, entre outras. De acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Ricardo Anuar Dib, o tratamento para perda de peso com balão intragástrico é um método seguro e eficaz para a redução de peso, com importante melhora na qualidade de vida, para pessoas com o Índice de Massa Corpórea (IMC) a partir de 27.
Segundo estudo que contou com parceria da SOBED, entre 1000 pessoas entrevistadas, 80,5% acreditam que o tratamento com o balão é indicado somente para casos de obesidade mórbida, porém a recomendação é também para pacientes com sobrepeso ou obesidade. "Com o balão intragástrico o paciente tem uma redução de peso em média de 15 a 20% em seis meses, e em alguns casos o paciente poderá fazer a recolocação após este período", explica Dib.
O procedimento para colocação e retirada, é realizado por meio de uma endoscopia em ambiente hospitalar, com paciente sedado e com duração média de 20 minutos. O balão é introduzido por via oral e é preenchido com soro fisiológico e azul de metileno (com volume de 400 a 700 ml).
O procedimento também conta com o apoio de equipe multidisciplinar, com nutricionista, psicólogo, e preparador físico, para uma mudança dos seus hábitos comportamentais e alimentares, para viabilizar a manutenção dos resultados conquistados após a retirada do balão.
Exercitar-se sempre e manter uma alimentação equilibrada são aliados da balança e ajudam a evitar doenças que acompanham os pacientes com sobrepeso e obesidade. "É fato em nossa realidade médica que sem um apoio multidisciplinar e ferramentas efetivas de estímulo e subsídio ao paciente a longo prazo, a grande maioria das tentativas para emagrecer não persistem e acabam em frustração", completa o endoscopista.
Nas primeiras 72 horas após o procedimento, é comum alguns pacientes terem sintomas devido ao organismo considerar o balão um corpo estranho. Os sintomas são: enjoo, dor abdominal e vômito, que podem ser tratados com medicações efetivas e que melhoram este quadro.
É importante ressaltar que o paciente deve conhecer as contraindicações do procedimento antes mesmo de pensar em realizá-lo. Assim, é necessário passar em consulta com especialista para avaliação e realização de uma endoscopia prévia para saber se o paciente apresenta algum tipo de contraindicação, entre elas: cirurgia gástrica prévia, hérnia de hiato maior que 5 cm, esofagites graves, úlceras ativas, gastrites erosivas, distúrbio de coagulação, lesão potencialmente hemorrágica no trato gastrointestinal superior, gravidez, desejo de engravidar a curto prazo, pacientes em fase de amamentação, alcoolismo ou drogas, doença hepática grave, entre outras.