A gestação é um período em que o organismo da mãe torna-se a grande ferramenta que garante a nutrição adequada do feto, de tal forma que assegura seu perfeito desenvolvimento e crescimento durante 40 semanas. Neste período alguns nutrientes são requeridos em quantidades aumentadas para que satisfaçam as necessidades da mãe e do feto em formação. O lugar de destaque na nutrição materna ocupado pela importância das proteínas na síntese de novos tecidos e do aumento de ingestão calórica como suporte energético ao crescimento muitas vezes subestima a ênfase que deve ser dada aos micronutrientes como o ácido fólico.
O ácido fólico ou folacina é uma vitamina essencial na formação de nossos genes, essenciais para divisão celular, na formação de células sanguíneas na medula óssea e especialmente importante na formação do tubo neural do feto. Essa estrutura embrionária dará origem ao cérebro e à medula espinhal, e fecha-se por volta da 4 semana gestacional. Sua deficiência pode conduzir a Defeitos do Tubo Neural, importante causa de espinha bífida, anencefalia e Síndrome de Down, além de poder levar ao desenvolvimento de anemia megaloblástica e redução da imunidade celular. Deve haver suplementação de ácido fólico na gestação com uso de 800 mcg/dia, devendo ser iniciada, sempre que possível, assim que há planejamento da gravidez, pelo menos 1 mês antes e seguir por 3 meses ininterruptos no início da gestação.
A adequação alimentar da vitamina deve ser estimulada nas gestantes a partir do consumo de produtos como cogumelos shimeji e shitake, vegetais folhosos verde escuros como brócolis, espinafre, rúcula, couve manteiga, a acelga, almeirão, repolho, couve flor e tomate são boas fontes, lentilha, feijão e preto, grão-de- bico, ervilha, frutas ácidas como laranja, pitanga, caju, fígado de frango e bovino, ovos e salmão. Uma boa dica: vegetais orgânicos concentram mais ácido fólico. Farinhas de trigo e milho são enriquecidas com a vitamina.
Sandra Fernandes - nutricionista (Londrina)