A cirrose é uma doença crônica do fígado que não tem cura. A alternativa de tratamento definitivo, nos casos com indicação, é o transplante de fígado.
No caso de alcoólatra, a causa da cirrose é a ingestão alcoólica, que junto com as hepatites crônicas (por vírus B e C) são as causas mais frequentes. Se o paciente continua com o vício do álcool, a doença tende a se agravar progressivamente, podendo levar à morte.
O paciente com cirrose pode apresentar as chamadas descompensações (ou complicações), que são o acúmulo de líquido no abdôme (ascite), amarelamento da pele e olhos (icterícia), confusão mental, sonolência, até coma (encefalopatia) ou vômito com sangue (por ruptura de varizes no esôfago).
Estas complicações podem ser tratadas e, na maioria das vezes, com bons resultados. Existe ainda um risco maior do paciente cirrótico adquirir infecções.
Na cirrose, a retirada do fator causador é importante (por exemplo, tratar a hepatite, parar de beber), observando-se aí uma incidência menor destas complicações e até mesmo parada da progressão da doença.
O transplante de fígado, realizado em grandes centros, apresenta excelentes resultados atualmente. No caso de cirrose por álcool, um dos principais requisitos para o transplante é que o paciente já tenha parado de beber. Mesmo assim ocorrem situações de retorno do alcoolismo após o transplante.
Voltando à pergunta, se o paciente tem cirrose e continua a ingerir álcool, a tendência é uma piora progressiva da doença com altas chances de apresentar as complicações descritas.
Pedro Humberto Perin Leite, gastroenterologista