Entre os males da sociedade moderna, a lombalgia crônica está se transformando em uma situação comum. Estudos escandinavos indicam que entre 60% e 65% das pessoas têm dor crônica nas costas.
Aos 30 anos, começamos a perder proteoglicanas - proteínas encontradas dentro dos discos intervertebrais, responsáveis por ''sugar'' a água para dentro destes fantásticos amortecedores entre as vértebras. Com menos água, estes discos passam a não funcionar tão bem, e nosso corpo vai procurar restabelecer o equilíbrio da coluna, produzindo osso para bloquear este movimento anormal. O crescimento de osso para tentar bloquear essa microinstabilidade é chamado de artrose.
Um dos tratamentos para a artrose lombar consiste na retirada deste osso sobre a medula e nervos e a fixação da coluna com barras de titânio. A novidade, apreendida nas experiências de Strasbourg (França), Tubingen (Alemanha), Baltimore e Cleveland (EUA), é a existência de sinais das vértebras aparecendo na ressonância magnética, que indicam quando o paciente terá bom ou mau resultado com a cirurgia da coluna, contribuindo para que os médicos possam definir a exata conduta a ser tomada.
A artroplastia, que é a implantação de um disco artificial na coluna, é empregada como uma das técnicas mais revolucionárias para a doença do disco intervertebral, já que preserva totalmente o movimento da coluna por meio da substituição do disco desgastado por um ''novinho em folha''. A técnica surgiu na Alemanha, na década de 80, e agora chega ao Brasil. Os resultados a longo prazo são animadores e têm se revelado tão bons quanto os de fixação de coluna.
Outra técnica cientificamente comprovada, e que pode livrar o paciente da cirurgia, consiste na infiltração de coluna. Trata-se de procedimento percutâneo, ou seja, através da pele, dura menos de cinco minutos e o paciente deixa a sala de procedimento caminhando. Tem baixo custo e é uma excelente alternativa à cirurgia de coluna, resolvendo o problema de centenas de pessoas e garantindo melhor qualidade de vida.
João Luiz Pinheiro Franco, neurocirurgião (São Paulo)