E para beber? A pergunta sempre aparece quando você come fora de casa e, se for respondida com cuidado, dá uma mãozinha para a sua dieta funcionar. "Dispensar o refrigerante já é um bom começo, hidratação e nutrientes é possível conseguir com várias outras opções", afirma o nutrólogo José Alver Lara Neto, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Confira a seguir os benefícios de algumas bebidas e entenda como elas podem ser tão importantes quanto o que você coloca no prato.
Água - "Beber água mineral é a melhor maneira de hidratar o corpo", afirma a nutricionista Amanda Epifanio Pereira, do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Citen), em São Paulo. Segundo a profissional, a água é essencial para a manutenção de todas as funções metabólicas e celulares do nosso organismo. Após a prática de atividades físicas, entretanto, a água de coco é mais recomendada por conter eletrólitos, como sódio e potássio, que são perdidos no suor.
A desidratação não se manifesta apenas por meio da sensação de sede. Até mesmo a pele fica mais seca e, assim, suscetível ao envelhecimento precoce. Resta, então, apenas uma dúvida: quanto beber? Embora a recomendação geral seja de dois litros por dia, um estudo publicado no British Medical Journal aponta que não é possível estabelecer uma medida igual para todas as pessoas. O ideal, portanto, é sempre carregar uma garrafinha na bolsa ou mochila e dar pequenos goles ao longo do dia.
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Água de coco – É rica em sais minerais, como sódio, potássio e magnésio. "É excelente para prevenir inchaço e retenção de líquido", de acordo com a nutricionista Thatiana Galante, da Triathon Academia, de São Paulo. Além disso, tem poucas calorias: 1 copo de 200 ml tem cerca de 60 Kcal.
Sucos de frutas - Sucos de frutas naturais são excelentes fontes de vitaminas, antioxidantes, minerais e, é claro, água, segundo a nutricionista Tatiana Branco Barroso, da Nutri Action Assessoria Nutricional, em São Paulo. Certifique-se, apenas, de que eles são feitos na hora, pois a maior parte das vitaminas é solúvel em água, o que faz com que a bebida perca esses nutrientes em cerca de 30 minutos. Vale lembrar ainda que o suco não oferece o mesmo conteúdo de fibras que a fruta já que o bagaço costuma ser desprezado no preparo.
Por outro lado, os sucos têm a vantagem de permitir misturas. Com um pouco de criatividade, é possível criar combinações gostosas e com os mais variados nutrientes. O antioxidante hesperidina, presente no suco de laranja, por exemplo, melhora a função dos vasos sanguíneos, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares. A descoberta foi apresentada na conferência anual da American Heart Association Basic Cardiovascular Sciences. O suco de beterraba, por sua vez, é rico em nitratos, que protegem o cérebro, prevenindo contra problemas de demência, aponta um estudo publicado no Oxide: Biology and Chemistry.
Leite - "O leite é nossa principal fonte de cálcio, elemento fundamental para a saúde dos ossos", afirma o nutrólogo José. O nutriente também é fundamental para o crescimento e desenvolvimento infantil, além dos movimentos de contração muscular e cardíaco. A carência de cálcio faz com que o organismo utilize o cálcio estocado nos ossos para suas funções vitais, favorecendo o desenvolvimento de doenças como a osteoporose.
E se você já considerou cortar laticínios da dieta para perder peso, saiba que o leite pode ajudar a controlar a balança e, se misturado com chocolate, até melhorar o desempenho durante a prática de exercícios físicos. Isso é o que atestam estudos publicados no Medicine and Science in Sport and Exercise e no Journal of Strength and Conditioning Research, respectivamente. Evite apenas consumi-lo junto com o café, recomenda o nutrólogo. "A cafeína impede a formação de substâncias essenciais para a absorção do cálcio", alerta.
Chá verde - O chá verde é rico em antioxidantes que combatem radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento celular, e que previnem algumas doenças, como o câncer. O chá verde ainda é conhecido por ser uma bebida termogênica, ou seja, que acelera o metabolismo, aumentando o gasto calórico do corpo. Para obter esse benefício, entretanto, é necessário beber de cinco a 20 xícaras do chá por dia, sendo que a nutricionista Amanda Epifanio recomenda limitar seu consumo diário a, no máximo, 400 ml.
O chá verde ainda é rico em cafeína que, em excesso, pode causar enjoo ou dor de cabeça. Por isso, saiba como seu corpo reage à ingestão e aumente o consumo aos poucos. Um dos maiores benefícios da bebida, entretanto, é o poder de ajudar a reduzir o colesterol. Um estudo publicado no Journal of the American Dietetic Association descobriu que tanto o chá quanto as cápsulas da erva poderiam funcionar como aliados de quem se previne desse problema.
Chá mate - De acordo com a nutricionista Tatiana, o chá mate é rico em vitamina E, vitaminas do complexo B, cálcio, magnésio, sódio e ferro. Só não exagere, pois ele contém cafeína que, em excesso, pode gerar irritabilidade e dificuldade de concentração. Limite seu consumo a, no máximo, três xícaras por dia.
O consumo do chá mate ou do chimarrão, entretanto, deve estar sempre presente no cardápio de quem precisa controlar o colesterol. Um estudo feito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que sua ingestão pode ajudar não só a diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), como ainda ajudam a aumentar as taxas de colesterol bom (HDL).
Café - O café é uma bebida com zero caloria e conhecida por nos manter despertos e, por isso, é consumido sem qualquer moderação por muitas pessoas. "O problema é que o excesso da bebida promove efeitos contrários ao esperado, podendo atrapalhar a concentração e ainda elevar a pressão arterial e afetar os batimentos cardíacos", afirma o nutrólogo José.
Recomenda-se beber, no máximo, seis xícaras por dia (de cafezinho). Na medida certa, esta bebida traz alguns benefícios. Isso porque a cafeína exerce um papel antioxidante no organismo, auxiliando na prevenção do envelhecimento e de doenças, como o câncer. Em um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, o café ainda é ligado a um menor risco de morte. "O ideal é investir em grãos pouco torrados que preservam a maior parte dos seus nutrientes", afirma o especialista.
Vinho - O consumo de vinho é frequentemente associado a menor risco cardíaco, graças aos polifenois, fitoquímicos presentes na uva. A ingestão da bebida para prevenção ou tratamento, entretanto, não é recomendada por sociedades médicas brasileiras e nem mesmo pela American Heart Association. De acordo com a nutricionista Amanda, o mais indicado, portanto, é investir em frutas que tenham propriedades antioxidantes, que é o caso das frutas vermelhas. (Fonte: Minha Vida, Saúde, Alimentação e Bem-estar)