Uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade College de Londres afirma que, para uma dieta mais saudável e aumento da expectativa de vida, o ideal seria consumir sete porções de frutas e vegetais por dia.
Até então, era recomendado pelos médicos o consumo de cinco porções.
A porção ideal teria por volta de 80 gramas, uma fruta grande ou algumas frutas menores.
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A pesquisa foi realizada com aproximadamente 65 mil pessoas e constatou que, quanto mais frutas, e vegetais forem consumidos, menor é a chance de morrer, independentemente da faixa etária. Além disso, ainda observou-se uma menor incidência de doenças cardíacas, derrame e câncer.
Em números, o estudo constatou que o risco de morte foi reduzido em:
- 14% quando o consumo de frutas, verduras e legumes estava entre uma e três porções;
- 29%, três e cinco porções;
- 36%, cinco e sete porções;
- 42%, sete ou mais porções;
O potencial benéfico dos alimentos em questão foi encabeçado pelos vegetais frescos, em seguida as saladas e por último as frutas. Sucos de frutas não mostraram benefícios e frutas enlatadas potencializaram o risco de morte, provavelmente devido ao alto nível de açúcar, segundo os cientistas.
A responsável pela pesquisa, Oyinlola Oyebode, diz que o ideal é aumentar o consumo de alimentos naturais, o que progressivamente contribuiria para uma vida mais saudável, porém, ela ainda defende que poucas porções são melhores que nenhuma.
O benefício da dieta rica em frutas, verduras e legumes está na presença dos antioxidantes que combatem os danos das células, explica Oyebode.
Desconfiança
Apesar dos resultados, alguns especialistas criticaram a pesquisa, afirmando que a queda na mortalidade pode estar mais ligada à mudança do estilo de vida (parar de beber e fumar) do que ao consumo frequente destes alimentos.
Tom Sander, professor da Escola de Medicina da King's College de Londres disse que "já era sabido" que o consumo regular de frutas traz benefícios, mas isso porque, geralmente, pessoas que consomem mais estes alimentos são mais conscientes sobre sua saúde, com maior nível de educação e renda, o que, eventualmente, diminuiria os riscos de morte.
"Acho temerário fazer qualquer afirmação sobre o que as pessoas devem comer baseado apenas nas informações encontradas pelo estudo", completou.
O professor Naveed Satar, da Universidade de Glasgow, ainda afirmou que o consumo das sete porções em questão é desafiador. "Esse hábito exigiria um apoio do governo como o subsídio do preço das frutas e dos vegetais, talvez a partir da sobretaxação dos alimentos ricos em açúcar, além de tornar disponíveis produtos de alta qualidade à toda sociedade", sugeriu.
A diretora de responsabilidade da dieta, nutrição e obesidade do Diretório de Saúde e Bem Estar da Saúde Pública da Inglaterra (órgão britânico), Alison Tedstone, afirmou achar o estudo "interessante", porém "prematuro". Segundo ela, dois terços dos britânicos não consomem nem as cinco porções diárias até então recomendadas. (Com informações da BBC Brasil)