Um levantamento inédito realizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), com apoio da Bayer HealthCare, e participação de mais de 2.000 pessoas confirma: a população ainda tem dúvidas sobre o que é o diabetes e como a doença pode ser controlada. De acordo com a pesquisa, 38% dos entrevistados acreditam que o diabetes tem cura e menos da metade dos entrevistados (49%) soube defini-la. E mais: apenas 50% dos participantes afirmaram que um diabético pode levar uma vida normal. O estudo foi divulgado para destacar o Dia Mundial do Diabetes, comemorado nesta segunda-feira (14).
No entanto, é importante que todos saibam como prevenir essa que é uma das doenças crônicas que mais avança entre a população mundial. Dados da Federação Internacional do Diabetes estimam que hoje existam cerca de 250 milhões de pessoas com a doença em todo o mundo e esse número deve chegar a 380 milhões em 2025. Somente no Brasil, estima-se que cerca de 11 milhões de pessoas tenham diabetes atualmente. "O aumento de casos de diabetes, especialmente do tipo 2 em países em desenvolvimento, decorre de alguns fatores como aumento da obesidade, do sedentarismo, dos maus hábitos alimentares e do próprio envelhecimento da população", explica Walter Minicucci, vice-presidente da SBD e médico assistente da Disciplina de Endocrinologia da Unicamp.
Informação é fundamental
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De acordo com Minicucci, é fundamental que as pessoas sejam mais informadas sobre como prevenir e tratar o diabetes. Quando não controlada adequadamente, a doença pode acarretar complicações graves como retinopatia diabética - que pode causar perda visual definitiva -, catarata precoce, alteração da função renal que pode levar o paciente para a hemodiálise, alterações neurológicas que podem ocasionar dores em membros inferiores e atrofias musculares e complicações cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral - AVC). "Mas também é preciso lembrar que nada disto ocorrerá se o tratamento for efetivo e contínuo", reforça o especialista.
"Uma rotina de atividades físicas deve ser incorporada por quem quer prevenir a doença e faz parte do tratamento dos pacientes com diabetes", conta Walter Minicucci. A prática de exercícios físicos é importante, pois colabora para a redução dos níveis de glicemia no sangue e melhora a ação da insulina. Além disso, ajuda a manter um peso adequado.
Para o endocrinologista, a obesidade é uma das grandes vilãs quando o assunto é diabetes: "as pessoas com excesso de gordura no corpo, principalmente aquela concentrada na região abdominal, precisam emagrecer para diminuir os riscos de desenvolver o diabetes tipo 2", explica o médico. "Para os homens, o ideal é manter a medida da cintura abaixo dos 102 cm, já para as mulheres, o melhor é a medida abaixo dos 88 cm", afirma Minicucci.
Alimentação
A nutricionista Bruna Pentrugaro, da Consultoria Nutricional Comer e Viver, enfatiza a necessidade da alimentação balanceada para controlar os níveis de glicose dos diabéticos. Refeições corretas também ajudam na prevenção da doença.
Na luta para controlar a doença, as frutas são importantes aliadas. Ricas em vitaminas, minerais, fibras e frutose, não prejudicam a saúde dos diabéticos se consumidas de forma correta (3 ou 4 porções ao dia). Uma dica importante, segundo Bruna, é salpicar um cereal (aveia, por exemplo) na fruta. As fibras presentes no cereal ajudam a controlar a liberação do açúcar no sangue. "Uva, melancia, banana e caqui devem ser consumidas com moderação devido à alta concentração de glicose", alerta a nutricionista.
O carboidrato é a principal fonte de energia do organismo, por este motivo devem corresponder em média a 50% da necessidade energetica diária. Além de controlar a quantidade, é preciso ficar atento quanto à qualidade do carboidrato ingerido, ou seja, dê preferência para as opçoes integrais: pães, biscoitos, bolos, tudo integral.
Quantidades moderadas de azeite, óleo linhaça e oleaginosas (castanha, nozes) também auxiliam os diabéticos a controlarem a taxa de glicose no organismo.