A genética pode influenciar o jeito como as pessoas sentem o gosto do sal, de acordo com um estudo realizado pelo Penn State College of Agricultural Sciences. Por isso, para algumas pessoas, a baixa quantidade de sal na comida pode ser intolerável. A pesquisa envolveu 87 participantes, entre homens e mulheres saudáveis de 20 a 40 anos, que consumiram alimentos salgados, como caldo de carne, batatas fritas e biscoitos, em diferentes ocasiões ao longo da semana. A amostra, composta por indivíduos que não estavam modificando sua dieta normal e que não fumavam, foi designada para classificar a intensidade de sabor em uma escala comumente usada pelos cientistas que vai desde "mal detectável a forte sensação".
De acordo com o professor assistente do Penn State, estas conclusões são importantes porque nos últimos anos os esforços médicos para reduzir o teor de sal nos alimentos deixaram muitas pessoas lutando para aceitar que elas simplesmente não conseguem diminuir a quantidade de sal que ingerem. "A maioria de nós gosta do sabor do sal. Entretanto, algumas pessoas comem mais sal, tanto por gostarem mais do sabor do salgado, mas também porque sentem necessidade de bloquear outros sabores desagradáveis dos alimentos. As pessoas que tem o paladar mais apurado consomem mais sal do que os outros e, por isso, parecem gostar mais dele", explica John Hayes, um dos pesquisadores do estudo.
Segundo Hayes, essas pessoas de paladar apurado, chamadas de supertastes, também necessitam de níveis mais elevados de sal para bloquear o gosto amargo em alimentos, como queijo, por exemplo. Isso comprova que existe uma vasta variação no gosto, que é tão normal como as variações de cor de cabelo e olhos.
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Atualmente, as pessoas consomem duas a três vezes a quantidade de sal recomendada para uma boa saúde. Hayes aconselha que os consumidores devem continuar a diminuir o consumo de sal, começando pela leitura do rótulo dos alimentos e procurar produtos que contenham menos de 480 miligramas de sódio por porção. Dietas ricas em sal podem aumentar o risco de pressão alta e derrame.
"As necessidades diárias de sal estão relacionadas às necessidades de sódio e elas são facilmente alcançadas sem a adição de sal no preparo dos alimentos, pois uma dieta normal já contempla os 500mg de sódio necessários ao organismo e que são encontrados naturalmente nos alimentos", explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva.
A nutricionista Simone Freire completa: "a recomendação de sal é de 6 g por dia (2,4 g/dia de sódio), correspondente a quatro colheres de café rasas de sal (4 g), sendo 2g provindas dos alimentos naturalmente. Para conseguir atingir esses valores, recomenda-se reduzir o sal no dia a dia nas escolhas de alimentos com menor teor de sal, evitar o saleiro à mesa e reduzir o consumo de enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos, molhos prontos e salgadinhos. A conduta da diminuição do sal deve estar associada ao aumento de alimentos ricos em potássio, (frutas e hortaliças frescas), que além de ajudar a eliminar o sódio do organismo, pode diminuir os riscos da hipertensão arterial e do desenvolvimento de cálculos renais (pedras) e ainda minimizar a perda da massa óssea." (As informações são do Minha Vida)