Presente na mesa da maioria dos brasileiros, o leite e seus derivados sempre foram considerados alimentos saudáveis e completos para todas as idades. Porém, o que muita gente não sabe é que, de acordo com uma pesquisa realizada pela Unicamp, pelo menos 40% da população brasileira possui algum tipo de desconforto ou problema digestivo ao ingerir leite ou seus derivados, ou seja, têm intolerância à lactose.
Em outras palavras significa que essas pessoas são incapazes de digerir o açúcar presente no leite e seus derivados, por causa de deficiência ou ausência da enzima intestinal. "Ainda quando bebês, nosso corpo produz a enzima lactase para digerir a lactose presente no leite materno. Após o período de amamentação, a enzima lactase diminui e o mais comum é os adultos perderem a capacidade de metabolizar a lactose", explica a nutricionista funcional Juliana Trevilini Garcia.
Quem é intolerante à lactose manifesta alguns sintomas após o consumo de lacticínios, como dor, distensão e cãibras abdominais, náuseas e vômitos, diarreia e produção de gases. "Isso ocorre pela ação de bactérias intestinais sobre a lactose. Quando surgem estes sinais é imprescindível procurar um profissional para diagnosticar e orientar corretamente sobre como proceder com a alimentação", ressalta Juliana.
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Mesmo sem tratamento, a intolerância a lactose pode ser controlada com mudanças na dieta alimentar. "O paciente deve deixar de consumir lacticínios ou comprar e ingerir a enzima lactase industrializada quando for consumir uma pequena quantidade de leite e derivados", ensina a nutricionista.
Fonte de cálcio
Para o ortopedista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Renato Raad consumir uma baixa quantidade de cálcio pode ocasionar hipocalcemia, ou seja, alterações múltiplas e de diferentes intensidades, como por exemplo: transtornos psiquiátricos, tetania (falta de cálcio), convulsões, formigamento de extremidades, transtornos cardíacos, vômito, diarreia, alterações na visão e alterações na pele (pele seca) e queda de cabelos.
O baixo consumo de cálcio é também um importante fator de risco para a osteoporose. "O pouco consumo em caráter crônico, principalmente quando iniciado na infância, no momento da formação da massa óssea, acarreta uma má qualidade óssea no adulto, no jovem ou no idoso. A situação agrava na mulher na pós-menopausa, pois, a reabsorção do cálcio fica reduzida", explica.
Embora o leite e seus derivados sejam considerados fontes de cálcio, outros alimentos podem ser substituídos pelo leite. "E, principalmente, devem estar presentes na dieta das pessoas intolerantes à lactose", enfatiza o médico.
Entre os alimentos ricos em cálcio estão brócolis, couve, couve-flor, repolho, verduras verdes escuras (com exceção do espinafre), algas marinhas, gergelim integral, amêndoas e feijão. "É necessário ingerir regularmente o cálcio, para manutenção da qualidade óssea, função muscular e outras ações como qualidade no impulso nervoso e colaborar na manutenção da pressão arterial adequada", esclarece.
O consumo ideal médio para adultos é de 1.000 mg ao dia e para crianças 600 a 800 mg ao dia. Já para as mulheres pós-menopausa, o consumo diário indicado é de 1.500 mg ao dia. O consumo máximo não deve superar 2.500 mg/dia, tanto para homens quanto para mulheres. "Caso o consumo seja superior à adequada, pode causar hipercalcêmica, ou seja, tônus muscular frouxo, constipação, grandes volumes urinários, náusea, confusão, coma e até pode levar o paciente à morte", ressalta o médico.
Um grande aliado para a fixação do cálcio nos ossos são os exercícios físicos. "O cálcio desempenha um papel fundamental na contração muscular, através da sua concentração celular e manutenção da massa magra do corpo", enfatiza Raad.