Com a volta às aulas não são poucos os jovens que devem recorrer a alimentos pouco saudáveis na hora de fazer um lanche ou almoçar. Afinal, a maior parte das opções disponíveis, fora de casa, são sempre as mesmas: doces industrializados, salgados, refrigerantes, comida de fastfoods, entre outras ofertas do gênero. "Quando aumentam o consumo de alimentos desse tipo, crianças e adolescentes podem ingerir até o triplo de sódio contido na média diária recomendada pelos médicos – cerca de 1,5g a 2g por dia. Por isso, é preciso que os pais fiquem atentos à alimentação dos filhos para evitar que eles, futuramente, desenvolvam problemas cardiovasculares, como a hipertensão", alerta o cardiologista Celso Amodeo, do Hospital do Coração (HCor).
Segundo o médico, grande parte dos pratos servidos a crianças e adolescente em cantinas, lanchonetes e fastfoods, por exemplo, pode conter mais sal do que pessoas nessa faixa etária deveriam consumir durante um dia inteiro. "O ideal seria que os mais jovens consumissem cerca de 1.8g de sódio por dia", afirma Amodeo. "Porém, uma única refeição servida dentro de muitos estabelecimentos da cidade pode conter, tranquilamente, quase 4g se contarmos a presença de acompanhamentos como fritas ou porções empanadas, por exemplo", explica Amodeo.
Hipertensão
Leia mais:
Uso de creatina não é para todos e consumo em excesso pode ser prejudicial
Confira cinco mentiras sobre alimentação que sempre te contaram
Relatório aponta que 28% dos alimentos industrializados têm sódio em excesso
Conheça os nove nutrientes essenciais para evitar fome e cansaço pós-treino
O cardiologista lembra que o aumento na quantidade de sódio servido às crianças e adolescentes atualmente é mais um dos fatores que contribuem com o crescimento dos casos de hipertensão arterial e, consequentemente, infartos e AVCs em todo o mundo. "Em países onde se come muito sal, a pressão arterial das pessoas aumenta conforme a idade delas avança", diz o cardiologista do HCor. "Já onde se consome pouco sal, jovens, adultos e idosos têm o mesmo nível de pressão arterial. Nesse sentido é importante enfatizar que para 20 mmHg de aumento na pressão sistólica dobra-se o risco de um infarto ou derrame cerebral", revela o médico.
Estilo de vida
Embora a hipertensão também se manifeste em indivíduos com predisposição genética, ela ataca, principalmente, pessoas que mantém um estilo de vida sedentário e uma dieta desregrada, rica não só em sódio, mas também em gordura e calorias. Por isso, ela já é a doença crônica de maior prevalência no mundo. "É fundamental que os pais insiram alimentos saudáveis na dieta dos filhos e os orientem a reduzir o consumo de sal por meio da escolha de refeições balanceadas e livres de excessos", recomenda o Dr. Amodeo. "Moderar a ingestão de sódio ainda é uma das melhores maneiras de manter a saúde do coração!", ressalta o cardiologista.
Alimentação saudável
Para orientar pais e estudantes a evitar o alto consumo de sódio e cuidar melhor da saúde, o médico também tem algumas dicas:
Reduza as porções – isso diminui a quantidade de sódio e também de calorias.
Não exagere nos condimentos – catchup e mostarda contêm sódio.
Troque regularmente biscoitos recheados por frutas – produtos industrializados também costumam ter sódio. Trocá-los por maças ou peras algumas vezes durante a semana pode fazer muito bem à saúde.
Escolha comida fresca – alimentos naturais, que não foram industrializados, contêm menos sal.
Capriche na salada – sirva sempre grandes porções de salada. Frutas e vegetais têm pouco sódio.
Tire o sal aos poucos – é difícil perceber uma redução de até 25% no sal na comida. Além disso, o Paladar se acostuma à ausência do mineral.
Confira rótulos e etiqueta – é preferível escolher alimentos com menos de 300 miligramas de sódio.
Substitua o sal por tempero – para não salgar tanto a comida, utilize vinagre, pimenta, raízes e ervas para dar sabor aos alimentos.
Não salgue a comida à toa – antes de pegar o saleiro, prove os alimentos.